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Projeto de extensão contribui para a preservação do meio ambiente e instituição social da cidade

Batizada de “Óleo no Destino”, a ação propõe a reutilização do óleo usado para a confecção de sabão evitando a poluição do rio Doce, impermeabilização do solo entre outros problemas ambientais. Oficinas gratuitas abertas à comunidade serão ofertadas no segundo semestre
publicado: 11/07/2017 09h14, última modificação: 12/07/2017 11h54

A consciência de que não devemos despejar o óleo de cozinha direto na rede de esgoto, felizmente, já é uma realidade. Mas daí as pessoas se perguntam: onde então vou descartar esse óleo? Na cidade tem pontos de coleta?

Disposta a ajudar a resolver parte desse problema local, a estudante Luísa Gomes Ferreira, do 8º período de Engenharia de Produção do IFMG – campus Governador Valadares, propôs à professora Débora Nascimento a realização do projeto “Óleo no Destino”. O objetivo é aproveitar o óleo usado em frituras para a confecção de sabão. “A ideia surgiu de duas necessidades: a primeira a questão do rio [Doce] que tinha passado por aquele problema todo com os rejeitos da Samarco. Então, o óleo de cozinha seria mais um poluente já que a cidade não trata o esgoto antes de lançá-lo no rio. A outra é que fiquei sabendo que dois grandes supermercados não estavam mais funcionando como ponto de coleta”.

O projeto teve início em janeiro deste ano com a identificação de iniciativas similares em outras localidades do País. Foram feitas adaptações para a realidade local e firmada parceria com uma entidade social, a Associação Dona Zulmira, que vem funcionando como um ponto de coleta e já forneceu ao projeto cerca de 30 litros de óleo. Na segunda quinzena de junho, a equipe testou algumas receitas (fotos) no intuito de produzir o sabão com o menor custo possível. 

Para o segundo semestre, estão previstas oficinas para ensinar a comunidade a confeccionar o sabão. “A intenção é compartilhar a nossa receita e estimular o pessoal a fazer em casa mesmo, para consumo próprio”, explica Débora complementando que parte do sabão feita será destinada à Associação Dona Zulmira. “A entidade tem uma demanda grande por produtos de limpeza. E como são nossos parceiros na coleta do óleo nada mais justo do que doarmos parte da produção a eles”.

Teoria + prática

Além de poder colocar em prática conceitos de diversas disciplinas, a ação extensionista suscitou ideias para outras atividades da graduação de Luísa. “Já estou planejando meu TCC na área de sustentabilidade a partir dessa experiência. Vou levar o que estou aprendendo para toda a minha vida acadêmica”.

Além do ganho social e ambiental gerado pelo projeto, os alunos também colhem bons frutos com a experiência. “Acho importante esse projeto porque é uma forma da engenharia se aproximar da comunidade, pois muita gente pensa que é um conhecimento aplicado só em indústrias. Não! A engenharia supre as necessidades da sociedade como um todo, não só das organizações. Outra vantagem que vejo é o aprendizado que desenvolvemos, porque só com o estudo teórico não dá para absorver todo o conhecimento”, ressalta Lucas Gomes Pereira, estudante do 9º período de Engenharia de Produção que atua como voluntário no projeto.

Professora Débora ressalta a essência multidisciplinar do curso. “A Engenharia de Produção traz em sua essência uma visão ampla. Com este projeto temos conseguido aplicar conhecimentos de disciplinas que envolvem questões ambientais, etapas de um projeto, custos de produção e otimização dos equipamentos, entre outras”.

Estudantes do campus que têm acompanhado algumas atividades do projeto já manifestaram interesse em somar esforços. “Tivemos esses dias alguns alunos interessados em fazer um vasilhame para colocar o sabão de maneira que consigamos cortá-lo com mais facilidade. Ou seja, sugeriram ideias de protótipos simples e viáveis e, exatamente por essas características, é que promovem boas soluções à sociedade”, justifica a professora.

Desdobramentos

O projeto tem previsão de término em dezembro de 2017. Entretanto, a equipe já vislumbra novas ações. “Como um grande problema na cidade é a falta de pontos de coleta, já estamos pensando em firmar parceria com instituições e empresas para estabelecermos pontos fixos. Outra ação seria desenvolver um aplicativo web gratuito na intenção de identificar as pessoas/organizações que queiram doar seu óleo usado formando, assim, uma rede sistematizada”, conclui Débora.