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Minicurso: Introdução ao pensamento de Schopenhauer

publicado: 10/01/2020 10h54, última modificação: 10/01/2020 14h23

Em nossa vida cotidiana, é comum afirmarmos que somos responsáveis por aquilo que fazemos. Muitas vezes, somos considerados responsáveis não apenas pelo que fazemos, mas  também pelas consequências de nossas ações. Tais juízos pressupõem, em linhas gerais, a tese segundo a qual sempre poderíamos ter agido de uma maneira diferente. Diante de qualquer circunstância, há um sem-número de ações possíveis, e geralmente somos considerados responsáveis por aquela pela qual decidimos, pois poderíamos ter decidido diferentemente. Esta é uma tese filosófica que se transformou em uma espécie de axioma da vida cotidiana. Um princípio cuja verdade se encontraria acima de qualquer suspeita.

A filosofia de Schopenhauer desconstrói a verdade desta tese. Para Schopenhauer, não somos responsáveis por aquilo que fazemos, mas, ao contrário, somos responsáveis por aquilo que efetivamente somos. Seu profundo pensamento metafísico defende, na esteira das escolas filosóficas da Antiguidade tardia, que “a ação decorre da essência”. Deste modo, se não podemos modificar nossa essência (o que seria uma contradição entre termos), e a ação decorre da essência, estaria Schopenhauer afirmando que somos determinados a agir da maneira como agimos? Em outras palavras, estaria o filósofo dizendo que não somos livres para determinar o curso de nossas vidas? Com a intenção de desenvolver semelhantes questões, mergulharemos no “pensamento único” desenvolvido por Schopenhauer, apresentando alguns dos conceitos fundamentais de sua metafísica tal como os mesmos encontram-se desenvolvidos em sua obra capital O Mundo como Vontade e Representação