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Alunos de seis cursos técnicos promovem intervenções no pátio do campus com o tema fascismo

publicado: 12/07/2019 17h17, última modificação: 12/07/2019 17h17

Já imaginou terminar uma prova de História e se deparar, no meio do pátio, com uma série de intervenções de grupos de alunos sobre o tema fascismo? Esta foi a experiência de estudantes do Campus Ouro Preto na manhã do dia 03 de julho. A atividade, coordenada pelo professor Daniel Diniz, englobou seis turmas de terceiro ano dos cursos técnicos de Automação Industrial, Edificações, Administração e Metalurgia.

Durante a semana de provas em bloco no campus, o docente propôs uma alternativa à avaliação escrita e formal. A ideia, segundo Diniz, conseguiu atender a dois requisitos básicos: “capacidade de incomodar e surpreender os colegas de outras turmas no momento do intervalo com um tema instigante e polêmico; além de enfatizar, em sua maioria, a performance teatral, de forma impactante”, explica.

Para a organização do trabalho, as turmas inicialmente cumpriram um cronograma de atividades que incluiu estudo e debate de um artigo do historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva sobre fascismo; exibição de um documentário intitulado “Arquitetura da Destruição”, de Peter Cohen; além da produção de resenhas individuais sobre o filme. Todas as atividades mencionadas ocorreram em sala de aula.

Cada uma das seis equipes, então, selecionou um recorte dentro do tema fascismo para suas intervenções, que envolveram encenações teatrais, exposição e enquete. Formato e experiência artística escolhidos pelos estudantes foram devidamente avaliados. As apresentações tiveram início às 9h30, simultaneamente, e terminaram por volta das 10h. Durante tal período, tanto alunos que finalizavam suas provas em sala de aula quanto servidores e visitantes do campus tiveram a oportunidade de conferir o projeto.

Avaliação

De acordo com o professor Daniel Diniz, todos os trabalhos conseguiram cumprir o solicitado, sendo que alguns, inclusive, superaram as expectativas. Quanto à substituição da prova pela avaliação alternativa, o docente acredita que “trabalhos em grupo, especialmente com jogos, disputas entre estudantes e propostas de intervenção ou debates rendem mais porque os alunos se interessam pelo tema e, mesmo que tangencialmente, buscam estudar”, finaliza.

Depoimentos das equipes

“Nosso trabalho teve como foco a liderança carismática, isto é, abordamos líderes que conquistam a população. Como exemplos, Hitler, Jair Bolsonaro, Salazar, Vladmir Putin, Donald Trump, entre outros. Fizemos também uma enquete para avaliar se as pessoas acham que o Brasil, atualmente, está vivendo um período fascista”.
(Isadora Ribeiro, da equipe do curso de Administração)

 “Fizemos um teatro com discurso fascista, no qual incorporamos vários lideres que já tiveram ou que ainda apresentam tal discurso. Ao final, os que não aceitaram o discurso fascista acabaram sendo, simbolicamente, mortos como minoria”.
(Milene dos Santos, da equipe do curso de Edificações)

“Fizemos uma exposição. Para isso, dividimos o fascismo em cinco características principais: antiliberalismo e antiparlamentarismo; liderança totalitária; nacionalismo e coletivismo; militarismo e violência; e, por último, censura. Todos os grupos elaboraram três cartazes: o primeiro com a característica em si, o segundo com uma imagem representativa e, o terceiro, com as consequências da característica para a sociedade”.
(Iara Ferreira, da equipe do curso de Edificações)

“Nosso trabalho consistiu em uma encenação sobre dois grupos, um fascista e outro antifascista. Criamos um grupo que tinha preconceito quanto à cor e valorizava só o preto, desprezando outras cores. Então, todas as pessoas coloridas eram alvo em potencial para serem caçadas. Simulamos o enforcamento de uma pessoa e uma trilha de sangue, com mortos ao logo da trilha. Foram simuladas, também, algumas formas usadas para matar antigamente, como machado, choque e chibatadas. Ao final, tivemos alguns representantes encenando a incorporação do espírito do fascismo, com a simbologia de que ele nunca morre”.
(Marina Novaes, da equipe do curso de Automação)

 

Texto: Denise Ferreira (Comunicação Reitoria)

Fotos: Comunicação Ouro Preto