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Entrevista: Reginato Fernandes dos Santos, novo diretor-geral do Campus Ouro Preto

por Tatiana Toledo publicado: 23/09/2019 15h57, última modificação: 24/09/2019 11h50

Eleito ao cargo de diretor-geral em processo de consulta realizado em junho deste ano, o professor Reginato Fernandes dos Santos inicia, nesta semana, sua gestão à frente do IFMG - Campus Ouro Preto, para um mandato de quatro anos. Com portaria de nomeação publicada no Diário Oficial da União na última sexta-feira, 20 de setembro, o novo diretor-geral assume o cargo no ano em que completa 10 anos como docente da Instituição.

Natural de Ouro Preto, é casado e pai de dois filhos. É ex-aluno da Escola Técnica Federal de Ouro Preto, tendo cursado Técnico em Mineração entre 1996 e1998. Trabalhou como técnico em Mineração na Vale, Itabira, no ano de 1999. Em 2000, ingressou na Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, graduando-se em Engenharia Geológica (2000 – 2004). Nesta mesma instituição, cursou mestrado em Geologia (2005 – 2007) e, após a conclusão, foi selecionado em um processo de Trainee na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), onde trabalhou por dois anos (2007-2009) como Engenheiro de Planejamento. Em 2009, ingressou como docente no IFMG - Campus Ouro Preto.

Foi coordenador do curso Técnico em Mineração (2011 a 2012), coordenador-adjunto do Centro de Educação Aberta e à Distância (CEAD) do IFMG (2011 e 2012), coordenador-geral do CEAD (2012 e 2013) e diretor de Graduação e Pós-Graduação do Campus Ouro Preto (2013 a 2015). Teve ainda participação como membro de comitês e comissões, dentre as quais o Conselho Superior do IFMG, o Conselho Acadêmico do Campus e a Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD), da qual foi presidente.

Nesta entrevista à Comunicação Social do Campus Ouro Preto, Reginato Fernandes dos Santos fala sobre as expectativas para esta nova etapa em sua carreira, além dos desafios e objetivos para o próximo quadriênio.

 

- O que o motivou a enfrentar o desafio de se dedicar à gestão do Campus Ouro Preto e se candidatar a diretor-geral?

Motivação e desafio podem ser as duas palavras centrais que justificaram minha candidatura. As relações pessoal e profissional que criei com essa Instituição fizeram com que a minha candidatura fosse concretizada. Pessoal, no tocante ao sentimento especial de ter sido ex-aluno e nutrir, por essa Escola, um respeito diferenciado. Profissional, por ela ter, nestes últimos 10 anos, mantido as portas abertas para o meu trabalho como servidor. E assim, ao transitar por vários ambientes deste Campus e acumular experiências diversas, senti que seria o momento de propor novos caminhos à Instituição. E hoje, eleito, esse é o meu desafio – que compartilho e convido a comunidade para participar.

- Seu plano de trabalho apresenta, como proposta central, a elaboração de um diagnóstico compreendendo setores e processos da Instituição. De que forma será realizado e como os resultados poderão interferir nas propostas já apresentadas?

Somos uma instituição de 75 anos e com um histórico guerreiro de várias transformações. O meu trabalho em diversos âmbitos, aliado ao diálogo com vários atores dessa história, permitiram que um conjunto de propostas fosse apresentado em meu plano de trabalho. Entretanto, tínhamos consciência que, na prática, algumas dessas propostas poderiam ser adaptadas para melhor adequarem ao cenário atual (e que vem modificando a cada dia). Essas adaptações virão deste diagnóstico inicial que, sumariamente, será pautado na coleta de dados e nas adequações das ações de gestão. Destaco que, em todos os momentos, além da equipe de gestão, será importante a participação da comunidade do Campus para que tenhamos assertividade e efetividade nas escolhas que teremos que fazer.

 
- Frente aos cortes e bloqueio de recursos destinados à Educação, quais as perspectivas para o funcionamento do Campus na sua gestão?

Este será o maior desafio para o início dessa gestão: equilibrar o andamento dos projetos institucionais com os cortes e as incertezas orçamentárias que estamos enfrentando. Infelizmente, com a realidade de 2019, bem como os primeiros sinais do orçamento já apresentados para 2020, teremos que trabalhar para que as atividades básicas permaneçam. Por outro lado, paralelamente, ao desafio da manutenção dedicaremos nossos esforços para buscar novos caminhos para a Instituição.

 
- Qual a importância de um Plano Diretor para o Campus? Qual a previsão para sua elaboração e início de implementação?

Entendo que o principal objetivo do Plano Diretor para o Campus é propor um espaço estruturado e coerente que seja propício ao convívio e à interação, onde as atividades acadêmicas possam se realizar de forma mais eficiente, criativa e inovadora e que reforce, assim, o caráter público da nossa Instituição. Na sua elaboração não podemos perder de vista a necessidade, por exemplo, de preservar os imóveis de valor patrimonial, manter uma relação adequada entre espaço aberto e espaço construído, dotar o Campus de uma estrutura organizacional hierárquica de forma a tornar seu espaço compreensível e legível. O principal é que o Plano Diretor seja elaborado de forma participativa: comunidade interna e externa. Considerando a atual conjuntura, acredito que, se ao final destes quatro anos de mandato já tivermos conseguido finalizá-lo, já será um grande legado que esta gestão que agora assume deixará para as vindouras.

 
- Como se deu a escolha de sua equipe?

A equipe foi escolhida mediante alinhamento profissional com o setor, interesse pelo desafio proposto e confiança.

 
- Quais ações voltadas ao servidor serão prioritárias nos próximos quatro anos?

A diversidade de perfil de servidores no Campus Ouro Preto faz com que as ações prioritárias tenham diferentes categorias. Há ações vinculadas ao bem-estar do servidor, por exemplo: fomentar, criar e apoiar projetos que visem à interação dos servidores para além das discussões acadêmicas. Por outro lado, temos que propiciar aos nossos servidores o acesso aos atuais sistemas de gestão, caso contrário estes servidores são cerceados de participar igualitariamente das discussões da Instituição. Essas são ações gerais, mas importantes para que possamos entrar com ações específicas como a definição da política de capacitação e valorização do servidor, dentre outras. Por fim, a abertura do diálogo com a comunidade permitirá mapear e propor ações específicas que possam contribuir com este propósito maior.

 
- Quais os desafios a serem enfrentados no tocante ao quadro de pessoal, considerando a atual situação do Campus?

Além do desafio de orçamento, que a princípio é generalizado nas instituições federais de ensino, o Campus Ouro Preto apresenta um desafio próprio, que é o quadro de pessoal. Os 75 anos de história proporciona um ambiente ímpar a este Campus, quando se comparado com outros campi dentro do IFMG. O diagnóstico do Campus, por meio de números, fatos e interpretações, será a base para este enfrentamento. A defesa do quadro de pessoal, com justificativas consistentes e comprovadas, será uma bandeira dessa gestão.

 
- Quais demandas merecem mais atenção no que se refere ao ensino, à pesquisa, à extensão e à inovação tecnológica? Como fica a questão da oferta de bolsas?

A demanda central, que perpassa ensino, pesquisa, extensão e inovação é sem dúvida a permanência do aluno na Instituição. Contudo, essa permanência requer amplas reflexões, discussões e ações que serão apresentadas em todos os momentos da gestão e, uma delas, é a oferta de bolsas. Dentro do atual cenário orçamentário, essa oferta está extremamente comprometida para o término do ano de 2019, bem como para 2020 – de acordo com os números até então disponibilizados.

 
- Como promover a articulação entre essas áreas e propiciar uma inserção mais efetiva do Campus na sociedade?

De forma geral, para que essas duas demandas sejam atendidas, será necessária uma reestruturação nas ações de gestão que fomentem tais demandas e, em contrapartida, uma adesão da comunidade para esse trabalho conjunto. Para a articulação entre as áreas, entendemos que a participação efetiva nos órgãos colegiados, bem como a abertura de espaços para discussões multidisciplinares, seja o caminho inicial. Adianto ainda que, como ação de gestão, para a inserção mais efetiva do Campus na sociedade, a Diretoria de Relações Empresariais e Comunitárias (DREC) será reorganizada em duas coordenações, sendo que uma atenderá as demandas internas e a outra as demandas referentes às diferentes instituições da sociedade. Essa última será, também, o elo da DREC com a Diretoria de Inovação, Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão (DIPPE). Assim, acreditamos que as relações com a sociedade possam ser fortalecidas e tenhamos reflexos, principalmente, nas oportunidades que nossos estudantes egressos terão fora da Instituição.

 
- Quais as questões mais imediatas relacionadas à Assistência Estudantil e à permanência dos estudantes na Instituição a serem enfrentadas?

Inicialmente, a grande questão será, por parte da gestão, se empenhar para manter os recursos destinados à Assistência Estudantil. Em paralelo, trabalharemos para melhoria nas condições de alimentação e moradia, com a finalização do restaurante escolar e do alojamento, respectivamente. Estes são temas específicos que relacionam a Assistência Estudantil à permanência dos estudantes. Mas como já mencionado, essa permanência merece uma discussão mais ampla, que oportunamente será realizada.

 
- Alguma consideração final?

Acredito muito no trabalho individual, mas acredito ainda mais no trabalho em prol de uma equipe. E é com esta certeza que agradeço a minha equipe de direção, que ao longo deste processo de transição, manteve uma dedicação especial, inclusive reprogramando férias no caso dos técnicos, e trabalhando durante as férias escolares de agosto/setembro, no caso dos docentes. Com a comunidade, reitero aqui meu compromisso, e de toda minha equipe, com diálogo e a transparência para as nossas ações. Assim, esperamos que a comunidade participe mais efetivamente das discussões e decisões pertinentes ao IFMG – Campus Ouro Preto. Não teremos uma jornada fácil, mas que a tornemos prazerosa e frutífera. Contem com meu total comprometimento, dedicação e afeto a esta nossa querida Instituição.

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