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Equipe Por Elas marca presença em evento de encerramento do programa Power4Girls em Brasília

por Tatiana Toledo publicado: 19/09/2022 15h37, última modificação: 19/09/2022 15h41

A equipe Por Elas, formada por alunas e professora do Campus Ouro Preto participou, neste final de semana, do evento de encerramento do programa Power4Girls, voltado ao empoderamento feminino de estudantes da Rede Federal. A iniciativa é da Embaixada e Consulados dos EUA. em parceria com o Instituto Glória e tem apoio institucional do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (CONIF).

A programação foi realizada no Instituto Federal de Brasília nos dias 16 e 17 de setembro e contou com uma série de palestras, painéis e sessões destinadas ao desenvolvimento de competências das integrantes das 20 equipes participantes do programa, em áreas como sustentabilidade, liderança feminina, empoderamento, saúde, além de estratégias de atuação em mídias sociais.

Na oportunidade, as integrantes do Por Elas participaram da competição final do Power4Girls, com a apresentação de um pitch de três minutos sobre o projeto Dignidade para Elas. A iniciativa desenvolvida ao longo dos últimos seis meses pelas alunas Alice Pedroza, Cecília Costa, Vitória Cristina Silva e Camilla Ferreira, sob orientação de Erica Aniceto e mentoria da jovem cientista Ekarinny Medeiros, teve como foco minimizar a pobreza menstrual por meio do desenvolvimento de um protótipo de absorvente biodegradável a ser distribuído para mulheres em situação de vulnerabilidade. A forte atuação social também foi um dos destaques da equipe, que promoveu palestras e rodas de conversa com a participação de especialistas, levando informação confiável e qualificada para mulheres estudantes de escolas públicas de Mariana.

Embora não tenha se classificado entre as três primeiras colocações devido a critérios de desempate, o projeto obteve a pontuação máxima em todos os quesitos de avaliação, entre os quais: problema, solução clara, indicador de inovação e possibilidade de escalonamento. A equipe Betgirls do Campus Betim, por sua vez, classificou-se em terceiro lugar, com o projeto “Corretivo de Solo proveniente do Rejeito da Mineração de Calcário”.

Compuseram a banca de jurados da competição final a coordenadora de projetos em inovação da Biominas Brasil, Isabela Allende; a head de Gente e Cultura da WizSoluções, Fernanda Rocha Castro; e a embaixadora da RME e Membro da PyLadies, Daniela Estevam.

 

Networking e novas possibilidades

A chance de trocar experiências com professores e estudantes de todo o Brasil foi, para a equipe, um dos pontos altos do evento em Brasília. Para Vitória Cristina do Amarante, a experiência foi incrível. “A gente teve uma troca excelente com as meninas dos outros projetos. Tivemos a oportunidade de conversar e entender como foi o desenvolvimento desses projetos, fizemos trocas sobre empreendedorismo, pesquisa, sobre o que é estar na ciência. Estou muito feliz e realizada por ter participado”.

Camila Ferreira destaca, também, a programação do evento. “Tive a oportunidade de conversar com pessoas de diferentes lugares e culturas, fora as experiências que o programa ofereceu pra gente, como palestras e painéis. Foi inesquecível, levarei para o resto da vida”.

 

Elas fizeram acontecer e vão além

A coordenadora da equipe Por Elas, a professora Erica Aniceto, conta que o projeto foi extremamente elogiado no evento e que ainda não chegou ao fim. “Ele está só começando. Daremos continuidade, agora, por via institucional. Vamos patentear o produto, continuar os testes [para desenvolvimento do absorvente biodegradável] e submeter artigos. Vamos dar continuidade ao trabalho da ciência, da pesquisa e, principalmente, ao trabalho social”, explica a docente, que pretende transformar a iniciativa em projeto de extensão. 

Para os próximos meses, no entanto, a equipe já conta com uma agenda repleta de atividades de forma a dar ainda mais visibilidade ao “Dignidade para Elas”. Entre as ações previstas, estão a participação na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE) e na Semana de Ciência e tecnologia de Ribeirão das Neves, palestras na Ufop e no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Belo Horizonte, além de continuidade das palestras voltadas às alunas da EJA de Mariana.

Para Erica, a experiência como orientadora tem sido de muito aprendizado e reflexão. “Trabalhar com essas meninas, que realmente querem e vão mudar o mundo, foi gratificante, pois ao mesmo tempo em que elas cresceram como pessoas, também estão crescendo como  pesquisadoras. Estão buscando alçar novos rumos, com uma bagagem muito bacana que esse projeto deu a elas. A gente percebe o quanto elas amadureceram ao acompanhar a história de outras mulheres, ao ir para o laboratório, ao desenvolver um protótipo. Elas se mostraram grandes pessoas, grandes cientistas, e com certeza serão grandes mulheres. É uma honra e privilégio contribuir, mesmo que um pouquinho, para o futuro dessas meninas”, ressalta.

A diretora de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do Campus Ouro Preto,  Sílvia Almeida, destaca a transformação promovida pelo projeto. “A equipe mostra para todos nós o quanto somos potentes quando nos unimos em torno da nossa missão que é, do meu ponto de vista, mudar o mundo para melhor por meio da educação. Um projeto parece iniciar-se no escuro, mas isto não é verdade. Este projeto de inovação capitaneado pela professora Érica e outros docentes do campus, que também trouxe verdadeira mudança para a vidas de mulheres em estado de vulnerabilidade, só aconteceu porque dentro de cada estudante, dentro de cada pessoa envolvida que recebeu por email o documento do edital para submissão do projeto, há muita luz! Os rumos, as metas, especificamente o que seria feito, pode ser que não estivesse definido ali no inicinho. Mas tinha uma coisa que já estava definida quando esta equipe se uniu: que elas iam provocar estas mudanças nelas e em todos nós. Parabéns a toda a equipe, pela luz que vocês possuem dentro de vocês. Vida longa a este projeto de pesquisa, inovação, extensão e ensino!”

Para o diretor-geral do Campus Ouro Preto, Reginato Fernandes, é difícil, hoje, descrever os limites do grupo Por Elas. “Nasceram como uma equipe para participação em um programa, o Power4Girls, mas cresceram em mentes férteis, através de ideias inovadoras, propositivas e muito afirmativas para um universo tão real e, por outro lado, tão indigno, que é a pobreza menstrual. Essas meninas foram muito assertivas em todos os caminhos que unem a pesquisa, a extensão e a cidadania. Alcançaram, com suas ações, mulheres tão especiais e, inicialmente, tão distantes da nossa instituição. Assim, temos muito a agradecer e a parabenizar essas meninas: Alice, Camila, Cecília e Vitória; a mentora Ekarinny e a professora Erica! A vitória de vocês está em cada vida transformada! Esse é um projeto que emociona! O IFMG - Campus Ouro Preto tem muito orgulho de vocês!”.

 

 

Fotos: Arquivo Por Elas