Nota de repúdio aos casos de violência policial e de racismo (GEALI)

O Grupo de Estudos sobre Ensino e Aprendizagem de Língua Portuguesa e Literatura (GEALI), do IFMG - Campus Ouro Preto, vem a público manifestar repúdio aos casos de violência policial e de racismo que aconteceram, dentro e fora do Brasil, nas últimas semanas, entre eles a execução do jovem João Pedro Mattos Pinto, de apenas 14 anos, e do americano George Floyd.

Os números do Anuário da Violência, que reúne e analisa dados de registros policiais sobre criminalidade, sistema prisional e gastos com segurança pública, apontam que, em 2019, 75,4% das vítimas de violência policial, no Brasil, eram negras. Diante da realidade cruel evidenciada por esse e outros dados, nós, membros do GEALI, não podemos nos calar e assistir passivamente a um verdadeiro massacre de corpos negros.

Consideramos importante frisar que o GEALI, como grupo de estudos ligado à Educação e que se dedica há alguns anos a temáticas referentes às relações étnico-raciais e de gênero na educação, repudia veementemente toda e qualquer forma de preconceito. Acreditamos, então, que é nossa responsabilidade lutar e questionar qualquer forma de opressão, com o objetivo de combater essa barbárie cometida contra a população negra e outros grupos minoritários e estigmatizados.

Assim, não nos calaremos diante da morte prematura do pequeno Miguel Otávio, de 5 anos, vítima da negligência da patroa (branca) de sua mãe (negra); nem diante da atrocidade cometida contra a ex-deputada estadual Marielle Franco ou aos ataques cruéis e racistas que a médica anestesista Thelma Assis, ex-participante do BBB,  tem sofrido na internet, dentre tantos outros casos noticiados diariamente nas mídias, como o do jovem ouro-pretano Igor Mendes, morto em 2017 durante uma abordagem da PM em Ouro Preto.

Ao concebermos que as mudanças necessárias passam pela promoção de uma educação humanizadora e empática, nós, componentes do GEALI, nos solidarizamos e fazemos coro às vozes de todos os manifestantes que lutam pelo fim da violência contra a população negra. Em solidariedade às famílias e aos amigos das vítimas e a toda a comunidade negra, levantamos as bandeiras antirracistas e antifascistas em favor da democracia.

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