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Projeto “Fique em casa, mas fale conosco” encerra a primeira fase e inicia a segunda

publicado: 28/05/2020 18h38, última modificação: 03/06/2020 13h58

O projeto Fique em casa, mas fale conosco, desenvolvido pela Coordenadoria de Língua Portuguesa (CODALIP), do Instituto Federal de Minas Gerais-Campus Ouro Preto, encerrou-se em 29 de abril e se prepara para iniciar sua segunda fase em 1º de junho.

Concebido para promover interação com alunos e alunas do Instituto, neste período de quarentena, o projeto contou com 37 contribuições, enviadas por e-mail criado para esse fim. Foram 34 textos produzidos por alunos dos cursos técnicos integrados – Administração, Automação, Edificações, Mineração e Metalurgia – e 03 enviados por alunos de cursos subsequentes e de graduação.  

Os textos falaram de saudades, de esperança, de cuidado consigo e com os outros, de temores. Os autores recorreram a diferentes gêneros textuais para expressarem suas emoções e ideias sobre a experiência, absolutamente inédita, de se manter em isolamento social. No acervo, há poemas, relatos, vídeos e fotos.

Todos os textos foram respondidos pelos professores da CODALIP, em processo emocionante de fala e de escuta. “Senti que as inquietações dos alunos eram as nossas inquietações”, diz a professora Maria Carolina Araújo. “Não sabemos o que virá, mas compreendo o diálogo como um caminho agregador fundamental para que tudo passe da melhor forma possível”, afirma, esperançosa, a docente.

Para a professora Érica Aniceto, participar do projeto foi “um grande privilégio”. “Fiquei feliz por ver como essa geração é empática, sensível e responsável”. A troca propiciada pelo projeto resultou, segundo ela, em acolhimento mútuo. “A leitura das produções deles me trouxe alento e muita esperança”.

A professora Pollyana Reis ressalta o amadurecimento dos alunos frente à trágica situação que o país enfrenta. “Ao ler os relatos dos alunos senti uma espécie de redescoberta pela vida, ao assumirem uma postura integral de cuidados necessários nesse tempo de pandemia”.    

Os professores da CODALIP empenharam-se, também, em trabalho de organização dos textos para que pudessem ser publicados nas redes sociais da Instituição. Para isso, selecionaram trechos e conteúdos, adequando-os a formato para veiculação em Facebook e Instagram. A publicação está prevista para breve.

Para a professora Alice Horikawa, o projeto, que se iniciou tímido, demonstrou resultados surpreendentes, que levam a equipe de trabalho a importantes reflexões sobre a prática pedagógica transformadora. “O projeto ressaltou o dever histórico que esta geração de educadores tem em relação ao registro das formas pelas quais nossa juventude está se comportando diante desse episódio tão fundamental da história deste país e da humanidade”. A publicação do acervo que compõe o projeto, em diferentes âmbitos, inclusive o científico, deve ser uma preocupação dos docentes nele envolvidos, acredita a professora.

O projeto repercutiu para fora do campus Ouro Preto, onde nasceu. As professoras Mariana Schucther, da área de Línguas Portuguesa e Inglesa, e Ranucy Campos, de Educação Física, interessaram-se pela realização do projeto também no campus Pimhui, onde mantêm atuação ativa no Projeto Arte que Fala. A adesão pode ser o início de grandes parcerias entre os dois campi, não só para organizar e executar projetos, mas para ampliar debates sobre temas fundamentais à educação pública profissional e tecnológica.

A CODALIP tem se reunido para deliberar, coletivamente, sobre os desdobramentos do projeto. Há previsão, para a próxima semana, do lançamento de sua segunda fase. A coordenadora da área, Solange Rodrigues, afirma que essa etapa contemplará a produção do gênero carta, como sendo mais uma oportunidade para alunos e professores continuarem suas análises e reflexões sobre a pandemia. A carta, segundo a coordenadora, poderá se dirigir a qualquer destinatário, real ou fictício, animado ou inanimado, do mundo físico ou do afetivo. Rodrigues expressa o desejo de todos os professores da Coordenadoria para que os resultados sejam tão significativos quanto os demonstrados na primeira fase e para que, desta vez, o projeto atinja mais participantes.