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Ponto de Cultura Timbalê leva a presença do IFMG à região do Padre Faria

publicado: 16/09/2022 08h27, última modificação: 16/09/2022 11h52

Dezessete anos de existência, cerca de 3,6 mil livros em catálogo e o objetivo de atender entre 400 a 600 pessoas da região do bairro Padre Faria. Esses são apenas números, mas estão atrelados ao propósito social, educacional e cultural do Ponto de Cultura Timbalê, projeto de extensão do IFMG - Campus Ouro Preto.

O Time de Basquete e Leitura, que forma o acrônimo Timbalê, foi fundado em 2005, pelo professor Arthur Versiani Machado junto a outros servidores do campus. A proposta do projeto era incentivar jovens à leitura e à prática esportiva, tendo como ponto principal o basquete. Entre as indicações de livro que partiam da própria equipe do Timbalê e as doações por uma causa que ficava cada vez mais conhecida, o projeto foi formando o que hoje é a sua principal iniciativa: uma biblioteca comunitária com milhares de livros.

 

Padre Faria

Devido ao grande aumento do seu acervo, o Timbalê abriu a Biblioteca da Ninica em 2016, na Casa de Cultura do Padre Faria, ação que conta com auxílio da Secretaria de Cultura e Patrimônio de Ouro Preto, gestora das casas de cultura da cidade. Junto com os livros, computadores do campus foram emprestados para integrar um Laboratório de Informática. No espaço são oferecidas oficinas de leitura, de contação de história, de informática e, a mais recente, de audiovisual. Os livros que não atendem ao perfil da biblioteca são deixados em uma caixa e quem quiser pode levá-los para casa.

A responsável administrativa da Casa de Cultura, Maria José Germano de Azevedo, a Ica, agradece e mostra o carinho da comunidade com a equipe do Timbalê. “Está sendo ótimo para nossa comunidade, as crianças, os jovens, adolescentes, até mesmo para outras idades. Agradeço a toda equipe pelo carinho, competência e motivação para com os participantes. Esperamos que continuem com esse belíssimo projeto”.

A assistência à comunidade do Padre Faria e do seu entorno tem sido uma das motivações do projeto. O coordenador do Timbalê desde 2018, Valério Augusto Lopes Passos, considera que “essa ação é importante no sentido das pessoas reconhecerem o IFMG - Campus Ouro Preto como uma instituição que também é deles”. Essa ideia também guia o trabalho de outros colaboradores do ponto de cultura, como é o caso de Mariana Sebastião Costa, do sexto período de Conservação e Restauro, bolsista do Timbalê há um ano. “Muitas vezes a gente que tá no ambiente acadêmico é muito fechado, então eu acho que o Timbalê deixa as pessoas entrarem nesse espaço que é de todos”.

Para o presidente da Associação Comunitária Padre Faria, Efigênio Souza, conhecido como Fijas, a resposta ao projeto é positiva. Ele diz que os moradores do bairro gostam muito da biblioteca, principalmente por levar o nome de Ninica, que foi uma personalidade popular na região por causa de seu carisma. Ele também considera importante que o ponto de cultura atenda às partes da cidade cujos moradores têm “pouco acesso às áreas centrais''. Contudo, ressalta que é necessário que a associação comunitária e o Timbalê se unam no objetivo de alcançar mais alunos das escolas do entorno.

Ainda que as pessoas da região sejam consideradas o público-alvo, não há restrição quanto ao atendimento na biblioteca a à participação nas oficinas, pessoas de todas as idades e lugares podem utilizar o espaço e os livros. No momento, o projeto não possui nenhuma contagem de quantas pessoas são atendidas, mas o seu coordenador cita que “atender de 400 a 600 pessoas tem sido o objetivo constante nos últimos quatro anos”.

 

Ações do Timbalê        

Nos dezessete anos de atuação, o Timbalê teve apenas uma pausa: o agravamento da pandemia de Covid-19 inviabilizou o funcionamento das atividades do projeto entre abril de 2020 e setembro de 2021. “E teve uma pausa porque ele é um projeto que se realiza na troca de informação, de conhecimento, de experiência entre as pessoas”, diz Valério.

E mesmo após o retorno, a Casa de Cultura precisou ser organizada antes de voltar a receber visitantes. Até fevereiro deste ano, Valério e os bolsistas do projeto, Ikaro Souza e Mariana Costa, estiveram ocupados refazendo o inventário e o layout da biblioteca. Como a maioria dos projetos de extensão, o Timbalê precisa da colaboração dos bolsistas para conseguir atender ao público externo. No caso da biblioteca, é necessária uma ação diária de limpeza, de entrega e de acomodação dos títulos dentro dos endereços corretos.

Mariana conta que o trabalho na biblioteca é um “trampo”, mas que o processo de reestruturação foi necessário para que o ambiente pudesse ficar ainda mais acessível. Os três mil livros foram, um por um, colocados em um catálogo no computador de modo que os visitantes possam encontrar facilmente o que procuram. Também houve um processo de arrumar os livros onde o acesso fosse melhor para o seu público, como é o caso dos livros infantis, que foram realocados para prateleiras mais baixas.

A organização já está dando resultados. Segundo a bolsista, mais pessoas têm entrado para conhecer o ambiente. “Ali é um espaço que chama a comunidade, independente de a gente estar lá ou não, mas a gente tenta agregar às coisas que a própria comunidade já oferece. Então a gente tá ali para colocar mais alguma coisa ao lado do que eles já têm”.

  

O futuro do projeto

Neste ano, o Timbalê foi submetido novamente a um edital de fomento à extensão, com pedido de bolsa para outros dois estudantes. Se aprovado, será possível dar continuidade aos seus planos, que são: iniciar a divulgação dos projetos nas redes sociais, produzir o catálogo digital e físico da biblioteca, realizar uma pesquisa de satisfação na comunidade, além de manter as oficinas, os empréstimos de livro e a atualização do seu acervo bibliográfico.

Dessa forma, será possível recuperar também a popularidade do projeto que, na visão de Fijas, “pelo fato de ter que parar na pandemia, as pessoas se afastaram um pouco. Mas nada como uma boa divulgação para alavancar”.

Contudo, a grande novidade do Ponto de Cultura Timbalê para os próximos anos é a parceria com a Sociedade Excursionista e Espeleológica da Ufop. O projeto em conjunto, que já foi aprovado, vai focar na educação ambiental acerca das cavernas, objeto de estudo da espeleologia. Serão oferecidas rodas de conversa, palestras e cursos de capacitação sobre esse campo do conhecimento. Para o coordenador do projeto, “isso tudo mostra como o Timbalê vem alcançando visibilidade em torno de suas ações”.

  

Contato do Ponto de Cultura Timbalê:

timbale.ouropreto@gmail.com