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Sobre Cor e Dor: Um país onde valemos pela cor

publicado: 29/11/2019 17h23, última modificação: 17/12/2019 13h08
Alisson Barbosa – Metalurgia 1D1
Cristian Motta – Metalurgia 1D1
Lucas Barbosa – Metalurgia 1D1
Lucas Santos – Metalurgia 1D1
Luis Gustavo Alves – Metalurgia 1D1
Luiz Philipe Fausto – Metalurgia 1D1
Marcus Dutra – Metalurgia 1D1
Rafael de Paula – Metalurgia 1D1

Racismo, o preconceito ou discriminação fundamentado em diferenças étnico-raciais, tem gerado em jovens negros e de baixa renda um grande problema: a dificuldade de aprendizagem, que consequentemente resulta em falta de oportunidade na vida destes jovens.

Entrevistas feitas no Instituto Federal de Minas Gerais, Campus Ouro Preto (IFMG-OP), com um grupo de jovens negros que já sofreram racismo dentro do IFMG, indica que o racismo impacta no desenvolvimento emocional e cognitivo de uma pessoa.

Maria (nome fictício), estudante do curso de Edificações, fala sobre o racismo presente em nossa sociedade: "através da educação, as pessoas podem abrir suas mentes e ver que somos todos iguais e que isso, o racismo, é errado". A aluna acredita que a educação possa ser uma forma de combater ao racismo e que o sistema de cotas serve como uma forma de recompensar os jovens negros com relação à desigualdade social e à herança da época da escravidão que impacta suas vidas.

O sistema de cotas é uma medida implantada em diversos países para amenizar desigualdades sociais, educacionais e econômicas. Também sendo uma forma justa de dar oportunidades para um jovem negro e um jovem branco ocuparem determinados espaços na sociedade.

A presença do racismo no ambiente escolar resulta em auto rejeição, baixa participação em aulas e, acima de tudo, falta de reconhecimento de suas próprias capacidades, fatores que juntos interferem não somente no emocional, mas também na própria aprendizagem do estudante.

De acordo com um levantamento feito em 2013, com base na pesquisa nacional por amostras de domicilio (Pnad/IBGE), 30% da população negra (preto e pardo) não completaram o ensino fundamental antes dos 16 anos. Além disso, só 56,8% da população preta e 57,8% da população pardo, entre 15 e 17 anos, continuava no ensino médio.

Jovens negros que se esforçam e buscam oportunidades encontram barreiras para se inserir no mercado de trabalho, como podem ser percebidos pelo maior índice de desemprego entre negros, além da diferença salarial, segundo o IBGE, os brancos tem os maiores salários, sofrem menos com o desemprego e é a maioria entre os que frequentam o ensino superior.

O Brasil é um país racista, de modo que a luta contra o racismo deve ser de toda a sociedade e, nesse processo, a educação deve assumir um lugar importante, como direito de todos e possibilidade de ampliação de horizontes, já que, como afirma Leniss Oliveira, professor de jornalismo da USP, "a falta de oportunidades para a população negra é a consequência mais grave de racismo".

* Produzida por discentes, essa reportagem faz parte de uma série especial sobre o impacto das desigualdades na juventude de Ouro Preto. Orientada pela pelo professor de Língua Portuguesa Paulo Ricardo Moura.

 Os dados e aopiniões aqui expressos são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, as políticas ou opiniões da Instituição.

Para conferir todas as publicações da série, acesse: Especial Juventude Ouro-pretana