O estudo do advérbio nas sentenças do português brasileiro

Na língua portuguesa, o advérbio é tido como um item independente, como um acessório da sentença. No entanto, pesquisas recentes vêm debatendo o papel do advérbio como um traço de tempo. Nesse caso, ele não poderá ser tido como um termo independente. Em sentenças como “João rapidamente cozinha o feijão”, observa-se que o termo “rapidamente” expande o sentido e delimita outros valores temporais à sentença. Em outros casos como “Maria nada” e “Maria nada até a borda” é também o advérbio que indica o valor aspectual. No primeiro caso, observa-se que a sentença tem um valor atélico, ou seja, não há nenhuma indicação de que a ação tende a terminar. Já no segundo caso, “até a borda” faz com que a sentença seja télica, quer dizer, a ação tende a um fim, e quem delimita é o advérbio. A partir desses e outros tantos casos na língua portuguesa, vê-se que a categoria advérbio, considerada pela gramatica tradicional como termo acessório necessita de estudo aprofundado. A tese de doutoramento da autora desse projeto aprofundou esse tema que ainda precisa de mais pesquisas e estudo. Dessa forma, este projeto apresenta como objetivo identificar as funções do advérbio nas sentenças do português brasileiro sob a ótica da Teoria Gerativa, indo além do que os livros didáticos e gramáticas do português propõem para o ensino dessa categoria. A metodologia proposta para a pesquisa é a análise de dados arquivados pelo NURC, projeto existente com inquéritos de gravações transcritas de brasileiros. A partir dos dados dispostos em domínio público, as ocorrências de advérbios serão estudadas e sua função identificada, sempre levando em consideração os pressupostos da Teoria Gerativa.

Grande Área: Linguística, Letras e Artes

Orientador: Gláucia do Carmo Xavier

Co-orientador: Arabie Bezri Hermont