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Internacionaliza IFMG: Josilene dos Santos, aluna intercambista do campus Ribeirão das Neves, conta como está sendo a experiência em Portugal

por Gabriela Nunes publicado: 03/05/2017 07h00, última modificação: 02/05/2017 22h02

A aluna do curso Processos Gerenciais Josilene dos Santos está participando de uma experiência de intercâmbio no Instituto Politécnico da Guarda, em Portugal. Ela foi uma das selecionadas no edital de mobilidade acadêmica internacional, do Programa Internacionaliza IFMG. Abaixo, ela nos conta como está sendo o intercâmbio em que desenvolve o Projeto de Pesquisa intitulado “Crenças de alunos e professores sobre o ensino e aprendizagem de Língua Estrangeira: um estudo no contexto português”.

  

Nos fale um pouco sobre você e o que te motivou a participar do processo seletivo para este intercambio.

Sou aluna do 5º período de Processos Gerenciais e esta é minha segunda graduação. Na primeira, devido ao trabalho e demais compromissos, não pude aproveitar as oportunidades oferecidas pelo curso e instituição de ensino. Sempre desejei fazer um intercâmbio, poder interagir com estudantes e profissionais de vários países, conhecer novas culturas, ampliar o conhecimento e fazer novas amizades. Participar do intercâmbio em Portugal é uma oportunidade ímpar e de fundamental importância para o meu desenvolvimento profissional, bem como para a minha vida pessoal. Ele vai tornar possível expandir meus conhecimentos através da imersão em uma nova cultura, da interação com diferentes profissionais e pesquisadores de diversas áreas, alargando minha visão de mundo tanto nos aspectos científicos, sociais e culturais. Quero fazer mestrado e conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho e participar desse intercâmbio será diferencial em meu currículo.

 

Portugal 126.JPGComo foi a sua adaptação ao país, tanto academicamente como culturalmente?

Como já morei sozinha, viver separada da família não foi difícil. É claro que às vezes sinto falta da alegria e bagunça que é quando estamos todos reunidos. A adaptação à cultura foi aos poucos, apesar de falarmos a mesma língua há muitas palavras diferentes, assim como outras iguais mas com significados bem diferentes do Brasil,então vamos descobrindo que algumas palavras não devem ser ditas após passarmos algumas vergonhas em conversa com os colegas. A alimentação tive um pouco de dificuldade já que a comida aqui é muito gordurosa, então você vai aprendendo que prato pode comer. Sinto falta do nosso feijão cozido na hora, aqui é costume comer o feijão em lata, e do café fresquinho, o café aqui é expresso e só um pouquinho. Como aprecio muito café ao comentar com uma professora que o café era muito pouco ela me disse para sempre pedir o café americano, então agora pelo menos a quantidade já é maior. Aqui na Guarda a população é bem receptiva então não houve muito choque cultural.

Academicamente é tudo bem diferente do Brasil, seja a didática, os métodos de avaliação ou o horário de aula. Como no Brasil estudei sempre em apenas um horário, foi difícil de repente estudar o dia inteiro. Há dias que tenho aulas das 9 da manhã as 7 da noite; agora já me acostumei mas no início não foi fácil concentrar nas aulas e chegava ao final do dia cansada mentalmente. Contudo, foi ao frio o mais difícil para adaptar. A Guarda é a cidade mais alta de Portugal, chegamos bem no meio do inverno e tivemos muitos dias com temperatura abaixo de zero, era difícil até conseguir dormir de tanto frio que sentia.

 

Teve alguma diferença cultural entre Brasil e Portugal que te deixou surpresa?

Me surpreendi muito com a dicção portuguesa, pois costumam falar muito rápido e não abrem a boca direito ao falar, o que dificulta muito  entendimento. As vezes tenho que pedir para repetirem duas vezes a frase para conseguir entender o que dizem. Outra coisa é o fato de fumarem muito, tanto jovens como adultos e aqui não ser proibido fumar em locais fechados. Dependendo de onde for você não consegue ficar no local devido a tanta fumaça de cigarro.

                                                                                                                                 

Portugal.2 1111.JPGO que você mais gosta da cidade/país que está?

 Poder ir para a faculdade caminhando, a tranqüilidade do trânsito, andar a noite na rua com segurança.

 

Quais as maiores diferenças entre o IFMG e o Instituto Politécnico da Guarda?

Horário de aula, aqui as cargas horárias são mais extensas.

 

Qual é a coisa mais difícil de fazer um intercâmbio?

Viver longe da família e amigos. E dividir a casa com pessoas com hábitos, educação e cultura tão diferentes da sua. É um aprendizado diário tentar compreender que algumas atitudes e ações tão estranhas para você é normal para o outro.

 

E qual é a melhor parte de fazer um intercâmbio?

Fazer novos amigos, conhecer novos lugares e culturas, aumentar a rede de contatos, adquirir novos conhecimentos e perceber que por mais diferentes que podemos ser, sempre encontramos algo comum, que nos liga a outras culturas. Tive a oportunidade e participar de uma roda de conversa com 5 intercambistas europeus e fiquei surpresa ao ouvir deles que algumas das coisas que eu sentia faltam eles também sentiam. Como por exemplo, uma aluna Grega e um aluno Turco também disseram sentir falta do café coado.

 

Como você lida com a saudade?

Tentando manter o máximo de contato possível com a família e amigos. Hoje isso é um pouco mais fácil devido a internet, facebook e principalmente whatssap, já que posso fazer chamada de voz ou vídeo sempre que a saudade ficar mais intensa.

 

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Se você pudesse dar algum conselho para quem ainda não fez intercâmbio e gostaria de fazê-lo, qual seria?

Não pense duas vezes. Sei que é difícil deixar a família, amigos e emprego e ir para o outro lado do mundo, mas a experiência é incrível. Você descobre novas possibilidades, amplia sua visão de mundo, adquire novos conhecimentos e o mais importante, aprende mais sobre você mesmo ao se ver longe de sua zona de conforto, tendo que se adaptar a novas culturas. O que nos faz ver de forma mais enfática a importância de se respeitar o outro, sua cultura e tradições.    

 

Para você, o que significa participar desse intercâmbio?

Participar desse intercâmbio está sendo um privilégio e uma experiência gratificante para mim. Estou aproveitando o máximo esta experiência em Portugal, para, ao voltar ao IFMG transmitir os conhecimentos adquiridos e, com os resultados do meu projeto, ajudar no desenvolvimento da comunidade acadêmica. Meu desejo é que o resultado de nossos projetos abra as portas para muitas outras parcerias com instituições nacionais e internacionais para troca de conhecimento, pesquisas colaborativas e qualificação de técnicos, docentes e discentes do IFMG.