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IFMG – Campus Ipatinga promove evento “Sem Mulher, Não Tem Clima” com a presença da deputada Célia Xakriabá
O IFMG – Campus Ipatinga promoveu, no dia 9 de outubro, o evento “Sem Mulher, Não Tem Clima”, uma atividade voltada à discussão sobre justiça climática, papel das mulheres e participação social nos debates ambientais.
A programação contou com apresentações culturais e manifestações artísticas que destacaram a força feminina e a diversidade dos povos originários. Estudantes do campus apresentaram músicas e poesias de autoras indígenas, como Francinaldo Gûyraguasu (Potiguara), Auritha Tabajara e Zélia Balbina Puri. Participaram das apresentações as alunas Ana Luiza Cesário Gomes, Micaelly Fernanda Alvarenga Soares e Maria Letícia Lopes Gonçalves, e os músicos Hillary, Iasmin, João Victor e Alice.
Em alusão ao Outubro Rosa, bolsistas do PIBEn realizaram uma homenagem às mulheres, distribuindo lembranças na entrada do auditório e montando um mural com referências a mulheres indígenas e negras — um gesto simbólico de valorização e representatividade.
O evento teve como destaque a presença da professora, ativista indígena e deputada federal por Minas Gerais, Célia Xakriabá, que abordou o impacto das mudanças climáticas sob a ótica da justiça de gênero. Em sua fala, destacou que a luta das mulheres vai além da inclusão digital — é necessário “mulherizar a digitalização”, humanizando o uso da tecnologia e fortalecendo a conexão com a Terra.
Célia também lembrou que 80% das pessoas deslocadas por desastres ambientais são mulheres, especialmente indígenas e periféricas, e apresentou o Projeto de Lei 3640/2025, que propõe um protocolo para o registro de casos de violência de gênero em situações climáticas.
“Sem mulher não tem clima, não tem equilíbrio, não tem democracia”, afirmou a deputada, ressaltando que discutir o meio ambiente é discutir a vida, a educação e a cultura como caminhos de cura e reconstrução do planeta.
O estudante Hugo Sampaio, do terceiro ano de Eletrotécnica e presidente do Grêmio Estudantil, reforçou a importância do Instituto Federal como espaço de diálogo e conscientização sobre temas ambientais e sociais.
“A juventude é o fator mais importante para proteger o clima de amanhã”, afirmou Hugo, destacando que ações como essa inspiram os alunos a se tornarem cidadãos engajados na defesa do meio ambiente, da inclusão e de outras causas coletivas.
Ele ainda destacou que o Grêmio mantém atuação contínua após os eventos, promovendo debates, dialogando com autoridades e participando de movimentos sociais voltados à sustentabilidade e à representação estudantil.
Durante o encontro, houve também um momento de escuta técnica, que contou com a participação de diversos movimentos sociais da região, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Central de Movimentos Populares (CMP), a Frente Única Antifascista, a Associação Estadual para Defesa Ambiental e Social (AEDAS), a EDUCAFRO, o Coletivo Tarifa Zero, o Coletivo Negro do Vale do Aço, o Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação (SIND-UTE) e representantes do setor cultural independente.
Após o evento, o diretor-geral do campus, Rafael Ribeiro, destacou a relevância da iniciativa:
“O evento ‘Sem Mulher, Não Tem Clima’ foi de grande importância para o IFMG – Campus Ipatinga, pois trouxe à tona discussões sobre justiça climática e o papel das mulheres nesses debates. Receber a deputada Célia Xakriabá foi uma honra e reforça o compromisso do campus em promover diálogo, ensino e extensão voltados às questões sociais e ambientais.”
O encontro reforçou o papel do IFMG – Campus Ipatinga como um espaço plural, aberto ao diálogo com a comunidade e comprometido com a formação cidadã. Ao reunir estudantes, movimentos sociais e lideranças políticas, o evento demonstrou que a educação pública é um instrumento essencial para a construção de uma sociedade mais justa, sustentável e inclusiva.
