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Aluna do IFMG é vice-campeã em maratona do Google

Melissa Alanis desenvolveu jogo que recorda mulheres reais que revolucionaram os ambientes em que viviam.
por Gabriela Nunes publicado: 16/12/2021 16h00, última modificação: 16/12/2021 16h00

A estudante do curso técnico integrado de Informática do Campus Ribeirão das Neves, Melissa Alanis, de 17 anos, ficou em segundo lugar na maratona on-line do Google Play, o Change the Game, na categoria Ensino Médio. Para a competição, as equipes deveriam criar um jogo sobre o tema "O que eu quero ver no futuro?”. Melissa desenvolveu um jogo que tem como subtema a representatividade racial e feminina.

Apoiada pelo programa MinasCoders, Melissa desenvolveu o jogo de aventura “Forgotten” - em tradução livre, "Esquecidas" -, que traz a cada fase diferentes histórias de mulheres reais, principalmente negras, que revolucionaram os ambientes em que viviam e acabaram sendo esquecidas com o tempo. “Eu criei esse game para as futuras meninas negras que, assim como eu, terão mais oportunidades para ocuparem os espaços que quiserem”, contou a estudante na sua apresentação durante a final da competição.

"Encontrar a luz da visibilidade" é o objetivo central dentro da narrativa do jogo e, ao mesmo tempo, é o intuito geral do jogo. Segundo a estudante, as próprias jogadoras são a luz da visibilidade, uma vez que elas têm a possibilidade de conhecer e compartilhar as histórias dessas mulheres importantes que não são lembradas.

O jogo tem como tema a representatividade racial e feminina

Caminhada

A ideia inicial para o jogo era falar sobre a evasão escolar no Brasil e, na narrativa, uma professora negra voltaria a lecionar em um contextos pós-pandemia. Mas com o tema pobreza menstrual e a necessidade de distribuição gratuita de absorventes às pessoas em situação de vulnerabilidade em alta, Melissa descobriu que a inventora do absorvente feminino foi uma mulher negra, Mary Beatrice Davidson Kenner. A partir disso, ela se baseou nessas figuras importantes, mas que sofreram um processo de apagamento histórico, para construir a proposta final de Forgotten. Mary Beatrice é, inclusive, o foco da primeira fase do jogo.

melissa.jpegApesar de ser única em uma equipe, Melissa teve apoio de familiares e amigos em sua jornada, além de professores e projetos que contribuíram para sua bagagem de conhecimentos. Segundo a estudante, as aulas no primeiro ano do ensino técnico, ministradas pelo professor Laerte Rodrigues, a apresentaram à plataforma Construct 2 e a familiaridade com o editor de jogos facilitou a criação do protótipo. “As competições e os estágios divulgados pelo professor Moisés Pereira, até a descoberta do Emicida, em um documentário passado pela professora Juliana Fernandes no encontro do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) foram essenciais para o desenvolvimento do meu jogo”, conta a vice-campeã.

Representatividade

Colocando em pauta um tema tão emergente, a jovem negra reconhece a potência do seu trabalho e objetiva contribuir para que outras meninas se vejam em todos os espaços possíveis. Ela acredita que ver pessoas semelhantes a ela em lugares de destaque abre caminhos e inspira as futuras gerações. “Essa ideia de representatividade é que decidi trazer ao meu jogo e passar para outras meninas, mostrando-as que somos únicas e capazes de conquistarmos os espaços que quisermos”, conta Melissa. 

Para saber mais sobre a maratona, acesse o site do Change The Game.