IFMG Campus Ouro Branco promove debate educativo com Macaé Evaristo

A tarde de quarta-feira, 11/04, foi de inspiração no IFMG Ouro Branco, que recebeu a ex-secretária de Estado de Educação de Minas Gerais e professora Macaé Evaristo. Especialista em temas como política educacional, movimentos sociais, inclusão e pluralidade cultural, Macaé esteve no campus a convite do diretor-geral Lawrence de Andrade e do diretor de Ensino Gabriel de Carvalho para endossar a discussão difundida internamente sobre os desafios do Ensino Médio Integrado.

Conhecida por seu ativismo e pela trajetória relevante das salas de aula ao cenário político, Macaé foi prestigiada por dezenas de servidores ávidos por sua fala. A educadora versou sobre questões concernentes à última etapa da Educação Básica, refletindo sobre a atuação dos profissionais e suas responsabilidades na luta pela efetiva integralidade do ensino e pela unificação do pensamento acerca da rede pública e de sua qualificação.

Um resgate da memória brasileira a partir do final do século 19 deu início à apresentação carregada de fundamentação e flashes históricos. Macaé Evaristo relembrou nossa tardia abolição da escravatura e seus reflexos no projeto de sociedade estabelecido no Brasil, fator “responsável pelo retrato da Educação do país”. Através da costura do tema à atual crise enfrentada no cenário político e educacional, a professora revelou o que considera os grandes gargalos do Ensino Médio Integrado: a fragmentação do tempo, dos espaços e do próprio sistema escolar; a falta de um diagnóstico profundo do público atendido pelas escolas e o desconhecimento das características da localidade onde as instituições estão inseridas. 

Na avaliação da ex-secretária de Educação do Estado, considerar os sujeitos no território é um aspecto fundamental quando se pensa em integração educacional e, a partir disso, as escolas devem construir uma proposta de projeto educativo que dialogue com a realidade dos estudantes. “O projeto de Ensino Médio Integrado não pode desconsiderar quem são esses jovens e suas peculiaridades; as características da comunidade externa e da região”. Macaé atestou que é necessário pensar em defesa do fortalecimento da rede pública de ensino como um todo - independentemente se pertencem à esfera estadual ou federal - e “trabalhar mediante uma lógica de compartilhamento de expertise, contribuindo para a melhoria da qualidade de todas as instituições de ensino do entorno”.

A Emenda Constitucional 95/2016, que congela os gastos públicos federais, inclusive em Educação, por 20 anos, foi oportunamente evidenciada pela educadora por julgar tal medida um obstáculo para o desenvolvimento do setor no Brasil. Ela afirmou que, neste ano eleitoral, “o ponto da pauta de discussões precisa ser a reversão dessa emenda para retomarmos o crescimento conquistado entre os anos de 2003 e 2015, quando o PIB em Educação subiu de 3% para 6%”.

O corpo docente do IFMG Ouro Branco participou com intervenções pertinentes aos temas discutidos e, ao final do encontro, a gestão do campus exprimiu o sentimento da instituição diante das contribuições de uma das maiores lideranças ligadas aos movimentos da Educação no Estado. “Somos privilegiados em ouvir colocações tão inspiradoras para reforçar nossas ações, que diante do que foi apresentado, evidencia que estamos no caminho certo. Da mesma forma, esperamos atender aos anseios não apenas do nosso público, mas também da comunidade externa, que certamente esperam muito de nós. Temos esse compromisso”, declarou o diretor-geral Lawrence de Andrade.

Também estiveram presentes os assessores da ex-Secretária, Adilson Patrício e Denise de Paulo; e a vereadora de Ouro Branco Nilma Silva. 

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