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Quem pensa por mim? Projeto de Ensino do Campus Ponte Nova aborda como as tecnologias e seus conteúdos impactam o nosso pensamento e ações
A Oxford University Press, editora do Oxford English Dictionary, escolheu “brain rot” (“podridão cerebral”, numa tradução livre) como a palavra do ano de 2024. O termo faz referência aos efeitos da sobrecarga digital de conteúdos superficiais e triviais em nossos cérebros. A exposição constante a vídeos curtos, memes, recortes e reações, entre outros conteúdos nas redes de interação social digital, ocorre em paralelo ao aumento nas dificuldades de concentração, atenção e memorização – o que seria um indício da “podridão” descrita. O termo reflete preocupações e evidências recolhidas por muitos pesquisadores e usuários de várias partes do mundo.
O vocabulário que envolve essa conexão intensa nas redes é cada vez mais vasto: influenciadores, seguidores, inteligência artificial, viralização, aplicativo, gestão algorítimica, sugestões, curtidas, reações, notificações, encaminhamentos, mentorias, tendências, entre outras expressões comuns na atualidade. Além de serem termos ligados à experiência digital, esse amplo léxico está ligado também aos impactos esperados em nossa e pensamentos. O que quer um influenciador senão influenciar nossas escolhas e decisões? Uma notificação não busca chamar a nossa atenção para uma mensagem ou dado que nos chega por um aplicativo? Seguir as tendências (ou trends) não nos incita a ter determinada ação ou comportamento?
É possível continuar descrevendo situações como essas, que exemplificam o contexto em que vivemos. No entanto, o ponto básico é que, nas atuais circunstâncias das nossas interações com tecnologias, nossos pensamentos e atenção são a todo momento impactados por tais meios, com o objetivo de angariar recursos e impactos.
Partindo dessa e outras questões, o Projeto de Ensino “Quem pensa por mim: Liberdade cognitiva em tempos de economia da atenção”, coordenado pelo Prof. José Costa Júnior (Filosofia e Ciências Sociais), busca realizar atividades e reflexões sobre os impactos das tecnologias sobre nosso pensamento e liberdade, com consequências em muitos aspectos de nossas vidas.
O objetivo geral do projeto envolve a abordagem crítica dos impactos das interações digitais na liberdade, autonomia e atenção humanas, elementos decisivos para nossa agência e estruturação de escolhas, ações e visões de mundo. Para isso, serão abordados conceitos críticos da simbiose humano-tecnologias discutidos na atualidade em eventos e atividades organizados pela equipe do projeto no IFMG Campus Ponte Nova.
A equipe conta com o Coordenador e 8 estudantes, (2 bolsistas e 6 voluntários):
- Rafael Monteiro (3º Integrado em Informática)
- Aline Júlio (3º Integrado em Informática)
- Laura Abranches (3º Integrado em Informática)
- Maria Fernanda Mol (3º Integrado em Informática)
- Ana Clara Vieira Lima (3º Integrado em Administração)
- Ana Luísa Rocha Guimarães (2º Integrado em Informática)
- Ana Luiza Cruz Valente (2º Integrado em Informática)
- Mirely Emanuele (2º Integrado em Administração)
O Projeto de Ensino “Quem pensa por mim? Liberdade cognitivo em tempos de economia da atenção” conta com recursos finaceiros do Programa Institucional de Bolsas de Ensino (Piben-IFMG), regido pelo Edital 287/2025. Os encontros e atividades serão realizados em datas e horários previamente agendados junto à comunidade, que serão divulgadas no site e nas redes sociais do IFMG Campus Ponte Nova.
