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Docente do IFMG participa de pesquisa pioneira sobre o Queijo Canastra na USP

Estudo do Centro de Pesquisa em Alimentos investigou comunidade microbiana nos queijos e descobriu espécies até então desconhecidas.
publicado: 14/12/2022 14h51, última modificação: 07/03/2024 19h33

Cientistas ligados ao Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC – sigla em inglês para Food Research Center) da Universidade de São Paulo (USP) descreveram de forma pioneira a grande diversidade de bacteriófagos (vírus que infectam bactérias) existente no queijo minas artesanal da Serra da Canastra e descobriram espécies até então desconhecidas. 

Os resultados da pesquisa foram divulgados no periódico mSystems, da Sociedade Americana de Microbiologia, e as descobertas podem trazer benefícios aos produtores, à saúde animal e à medicina. É que os bacteriófagos podem, em tese, ser aplicados para tratar infecções bacterianas. Durante os trabalhos também foi identificada, no DNA do Canastra, uma nova bactéria, do tipo Streptococcus salivarius, que pode ter um papel importante no processo de fermentação, aroma e sabor. 

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 Um dos pesquisadores envolvidos no projeto é o professor Gustavo Lacorte, do Campus Bambuí. “Em 2017 iniciamos a parceria, que culminou num convite para integrar, como colaborador, o FoRC. Além disso, fui convidado para atuar como professor visitante no Departamento de Ciência dos Alimentos da Faculdade de Farmácia da USP e me vinculei como residente pós-doutoral na pós-graduação em Ciência dos Alimentos

 Ele lembra que na área de queijos há muito conhecimento sobre bactérias, mas ninguém tinha falado ainda do papel dos bacteriófagos. Embora os vírus sejam associados a doenças, não há indícios de que os bacteriófagos proporcionem riscos à saúde humana. “Não há nenhuma literatura no mundo que aponte um risco para a saúde humana. A principal razão é que os bacteriófagos, predadores naturais das bactérias, via de regra, se abrigam em apenas um hospedeiro – e neste caso são as bactérias presentes no queijo”, explica Lacorte. 

O professor relata que esteve envolvido em um total de oito projetos do FoRC, dos quais três ainda estão em execução. Além disso, outros quatro docentes do IFMG atuam ou atuaram recentemente no desenvolvimento de pesquisas em parceria com o Centro de Pesquisa em Alimentos da USP. São eles: Alcilene Pereira, Ariane do Nascimento, Raphael Steinberg e Fabiana Couto, todos do Campus Bambuí.

 Com informações da Agência FAPESP