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Ipatinga promove “Sem mulher, não tem clima”, evento sobre justiça climática e protagonismo feminino

Atividade discutiu justiça climática, papel das mulheres e participação social nos debates ambientais.
publicado: 23/10/2025 16h55, última modificação: 23/10/2025 21h01

O Campus Ipatinga promoveu, no dia 9 de outubro, o evento “Sem mulher, não tem clima”, iniciativa voltada à discussão sobre justiça climática, papel das mulheres e participação social nos debates ambientais. A programação contou com apresentações culturais e manifestações artísticas que evidenciaram a força feminina e a diversidade dos povos originários. Estudantes do campus apresentaram músicas e poesias de autoras indígenas, como Francinaldo Gûyraguasu (Potiguara), Auritha Tabajara e Zélia Balbina Puri. Participaram das apresentações as alunas Ana Luiza Gomes, Micaelly Soares e Maria Letícia Gonçalves, acompanhadas pelos músicos Hillary, Iasmin, João Victor e Alice.

Em alusão ao Outubro Rosa, bolsistas do PIBEn realizaram uma homenagem às mulheres, distribuindo lembranças na entrada do auditório e montando um mural com referências a mulheres indígenas e negras, um gesto simbólico de valorização e representatividade.

O evento teve como destaque a presença da professora, ativista indígena e deputada federal por Minas Gerais Célia Xakriabá, que abordou o impacto das mudanças climáticas sob a ótica da justiça de gênero. Em sua fala, destacou que a luta das mulheres vai além da inclusão digital, é preciso “mulherizar a digitalização”, humanizando o uso da tecnologia e fortalecendo a conexão com a Terra.

“Sem mulher não tem clima, não tem equilíbrio, não tem democracia”

Célia também lembrou que 80% das pessoas deslocadas por desastres ambientais são mulheres, especialmente indígenas e periféricas, e apresentou o Projeto de Lei 3640/2025, que propõe um protocolo para o registro de casos de violência de gênero em situações climáticas. “Sem mulher não tem clima, não tem equilíbrio, não tem democracia”, afirmou a deputada, destacando que discutir o meio ambiente é discutir a vida, a educação e a cultura como caminhos de cura e reconstrução do planeta.

O estudante Hugo Sampaio, do terceiro ano de Eletrotécnica e presidente do Grêmio Estudantil, reforçou a importância do Instituto Federal como espaço de diálogo e conscientização sobre temas ambientais e sociais. “A juventude é o fator mais importante para proteger o clima de amanhã”, afirmou, ressaltando que ações como essa inspiram os alunos a se tornarem cidadãos engajados na defesa do meio ambiente, da inclusão e de outras causas coletivas.

Ele destacou ainda que o Grêmio mantém atuação contínua após os eventos, promovendo debates, dialogando com autoridades e participando de movimentos sociais voltados à sustentabilidade e à representação estudantil.

Durante o encontro, houve também um momento de escuta técnica, com a participação de diversos movimentos sociais da região, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Central de Movimentos Populares (CMP), a Frente Única Antifascista, a Associação Estadual para Defesa Ambiental e Social (Aedas), a Educafro, o Coletivo Tarifa Zero, o Coletivo Negro do Vale do Aço, o Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação (Sind-UTE) e representantes do setor cultural independente.

Ao final, o diretor-geral do campus, Rafael Ribeiro, destacou a relevância da iniciativa: “O evento foi de grande importância para o Campus Ipatinga, pois trouxe à tona discussões sobre justiça climática e o papel das mulheres nesses debates. Isso reforça o compromisso do campus em promover diálogo, Ensino e Extensão voltados às questões sociais e ambientais”, finalizou.