Robótica do Campus Ouro Preto se destaca em competição mineira

A equipe de robótica FIRE, do Campus Ouro Preto, conquistou três prêmios na 12ª edição da CoRA 2025, competição de robôs autônomos promovida anualmente pelo Programa de Educação Tutorial da Engenharia Elétrica (Petee) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os estudantes garantiram o 1º lugar na categoria Robô Sumô com o Viúva-Negra, que também garantiu o Prêmio Inovação, e o 2º lugar na categoria Seguidor de Linha.

Realizada em setembro, na UFMG, a competição reuniu participantes do ensino fundamental, médio e superior de diversas instituições. O evento busca incentivar o aprendizado em robótica, programação e automação em um ambiente prático e desafiador.

Robô sumô

Para Lailla Felício, capitã da equipe do robô sumô, a participação na CoRA foi uma oportunidade de aprendizado e troca de experiências. Segundo ela, a equipe chegou confiante. “Nós chegamos preparados para competir, mas também para aprender com os outros competidores. Toda instituição sempre traz algo de diferente e é legal ver essa troca entre todos nós”, destaca.

Entre os maiores desafios, Lailla menciona o pouco tempo disponível para a construção de um novo robô. O grupo já possuía um modelo de 500g utilizado em outra competição, mas, por conta do limite de peso de 1kg estabelecido pela CoRA, decidiu desenvolver um novo protótipo cerca de um mês antes do evento. O trabalho envolveu projeto 3D, impressão, montagem elétrica e programação em tempo recorde: “Gastamos boa parte do nosso tempo livre com reuniões, produção dos robôs e planejamentos. Ver um retorno dessa dedicação faz total diferença para nós”.

A estudante também ressaltou o apoio dos professores orientadores André Almeida e Hugo Gomes, e do técnico Guilherme Walter, do IFABLAB, que colaborou com as impressões em 3D. Para ela, as conquistas simbolizam a retomada da FIRE em grande estilo, após um período de reestruturação da equipe.

Lailla também destaca a participação de crianças nas competições. “Achamos muito interessante quando vemos crianças nesse cenário, principalmente meninas. É muito legal observá-las trabalhando com os seus próprios robôs, competindo desde novas e se sentindo confortáveis nesse meio que é majoritariamente masculino. As meninas estão vindo com tudo pra robótica!”, comemora.

Seguidor de Linha

Na categoria Seguidor de Linha, o grupo foi liderado por Marjorie Dornelas, que ressaltou o quanto a experiência foi desafiadora e enriquecedora. Segundo ela, o formato da CoRA, com pistas e obstáculos distintos dos da IRONCup - competição anterior da equipe -, exigiu adaptações completas no projeto. “Foi uma experiência diferente de tudo o que já tínhamos vivido. As pistas e os desafios eram bem distintos dos da IRONCup. Tudo era novidade, desde a dinâmica das provas até a forma de interação com as outras equipes”, conta.

Para a capitã, o tempo reduzido e a complexidade das provas foram os maiores obstáculos enfrentados. A equipe precisou desenvolver um robô completamente novo, com código e estrutura próprios, capazes de lidar com curvas de 90°, rotatórias e até faixas de pedestres.

O grupo também enfrentou problemas com as posições dos sensores e com a estabilidade das leituras, em um processo intenso de tentativa, erro e aprendizado constante. “Esses foram os primeiros prêmios que conquistamos, e foi um resultado muito marcante. Teve hora em que olhávamos os robôs de outras equipes e achávamos que não conseguiríamos competir no mesmo nível. Trabalhamos muito e passamos por vários momentos de dúvida, mas superar tudo isso e ainda alcançar o segundo lugar foi uma sensação de orgulho e gratidão enorme”, afirma.

Rotina intensa

As alunas contam que a rotina de treinos da FIRE é intensa, especialmente nas semanas que antecedem as competições. As equipes costumam realizar reuniões semanais e, nos períodos de preparação, aproveitam todo o tempo livre para testes e ajustes. Para Marjorie, o ambiente colaborativo e o apoio mútuo entre os integrantes são apontados como fatores essenciais para o sucesso.

Criada em 2017, a FIRE atua no desenvolvimento de robôs autônomos para competições nacionais e internacionais. Dividida em áreas como Gestão, Mecânica, Programação e Marketing, a equipe já participou de eventos como a IRONCup, o Winter Challenge e, mais recentemente, da CoRa.