Notícias
IFMG começa a implantar Parque Tecnológico Distribuído

Equipes do IFMG e Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo se reúnem para discutir implantação da Unidade Tecnológica.
Ampliar espaços nos quais soluções inovadoras sejam desenvolvidas e criar oportunidades de parcerias para a execução de pesquisas que conectem poder público, iniciativa privada e comunidade acadêmica. Com esse propósito, o IFMG caminha para implantar o seu Parque Tecnológico Distribuído, uma iniciativa pioneira no Brasil que irá ajudar municípios do interior a diversificar a economia local com projetos de tecnologia.
São Gonçalo do Rio Abaixo será a primeira cidade a receber uma Unidade Tecnológica, ou seja, um ambiente no qual ações para o fomento de soluções inovadoras poderão ser viabilizadas com o apoio do Instituto Federal e da Prefeitura Municipal. “Estamos fechando um acordo que ainda não foi assinado porque a documentação está em análise pela Procuradoria, mas as conversas com o município estão bem avançadas”, afirma o coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), Gérber Lúcio Leite.
De acordo com o docente, o diferencial do Parque Tecnológico Distribuído será a sua descentralização. A ideia é implantar um modelo inovador e descentralizado que aproveite a infraestrutura e as competências já existentes nos campi para promover um desenvolvimento regional mais equilibrado. No caso do IFMG, o Parque Tecnológico terá uma estrutura organizacional na qual a governança será feita em conjunto pelo Polo de Inovação e Pró-reitoria de Inovação, Pesquisa e Pós-graduação, com o envolvimento dos campi e a participação dos Centros de Excelência em Inteligência Artificial e em Produtos Alimentícios Artesanais. Esses atores institucionais serão responsáveis pela articulação com as chamadas Unidades Tecnológicas, os ambientes regionais que ficarão sob a responsabilidade de prefeituras e empresas interessadas na prospecção de soluções tecnológicas. Haverá ainda um Conselho de Administração, composto por representantes do IFMG, do poder público municipal e das entidades empresariais e profissionais.
O coordenador do NIT explica que a Unidade Tecnológica será um “braço do parque” composto de quatro espaços: 1) ambiente de inovação, contendo incubadora com os processos de incubação e pré-incubação, coworking e espaço marker; 2) ambiente empresarial, com hospedagem de startups e spin-offs; 3) centros de excelência, para desenvolver pesquisas atendendo demandas de empresas e da prefeitura; e 4) desenvolvimento organizacional, que oferecerá capacitações por meio de cursos de pós-graduação, técnicos subsequentes e de Formação Inicial e Continuada (FIC).
Para a Unidade Tecnológica de São Gonçalo do Rio Abaixo, está previsto um acordo com duração de 48 meses visando ao desenvolvimento de oito pesquisas nas áreas de Inteligência Artificial e Produtos Alimentícios Artesanais e à oferta de três especializações lato sensu, quatro cursos técnicos e oito cursos FIC. “Vamos usar a estrutura que já existe na cidade, um prédio de três andares cedido pela Prefeitura e um galpão, onde as empresas vão se instalar”, adianta Gérber, acrescentando que o tema de uma das pesquisas será o mofo branco da cana-de-açúcar.
A viabilidade financeira para a implantação das Unidades Tecnológicas partirá de várias frentes. Além das prefeituras e empresas interessadas, a Pró-reitoria trabalhará na busca de editais de fomento lançados por entidades públicas de pesquisa e inovação. Também existe um diálogo em andamento com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais para que o estado apoie a iniciativa. Uma equipe mista de servidores, representantes da prefeitura e bolsistas será responsável pelos trabalhos nas Unidades Tecnológicas.
De acordo com a pró-reitora de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação, Gislayne Gonçalves, a expectativa é iniciar as ações em São Gonçalo do Rio Abaixo já em agosto deste ano. Outras prefeituras, como a de Congonhas, de Brumadinho e de Formiga, também procuraram o IFMG interessadas em fazer parte do Parque Tecnológico Distribuído. No caso dos dois municípios da região Central do estado, dominados pela atividade de mineração, existe o desejo de diversificar a economia com outras vocações econômicas para a população. Gislayne acredita que as pesquisas e os projetos que podem ser desenvolvidos em conjunto com a iniciativa privada nessas regiões podem apontar caminhos para essa diversificação.
“Com a implantação do Parque Tecnológico Distribuído, temos a possibilidade de conectar nossos alunos ao mundo do trabalho e ao setor produtivo, promover parcerias e alavancar o desenvolvimento econômico e social dos municípios. É também uma oportunidade de colocar em prática o que de fato precisamos desenvolver no IFMG: a pesquisa aplicada de qualidade, podendo gerar propriedade intelectual com transferência de tecnologia. Ademais, iremos proporcionar o desenvolvimento do ecossistema de inovação com a participação ativa de nossos docentes e alunos, o que proporcionará o aprendizado na prática do desenvolvimento tecnológico inovador”, avalia a pró-reitora.
As prefeituras interessadas em fazer parte do Parque Tecnológico Distribuído podem entrar em contato com o IFMG no e-mail nit@ifmg.edu.br ou pelo telefone (31) 2513-5150.