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Intercambistas do Programa Delfín vivenciam cultura, ensino e pesquisa no Campus Ouro Preto

Criado no México, o programa reúne instituições de ensino superior de diversos países, promovendo a mobilidade acadêmica e incentivando a formação de redes de pesquisa e cooperação internacional.
publicado: 21/08/2025 09h38, última modificação: 22/08/2025 16h41

Nos meses de junho e julho de 2025, o Campus Ouro Preto recebeu estudantes universitários do México e da Colômbia pelo Programa Delfín, iniciativa internacional que promove intercâmbio acadêmico e cultural em instituições de ensino e pesquisa da América Latina. Ao longo de oito semanas, eles participaram de atividades de formação, pesquisa e ensino, orientados por professores do campus.

Além das vivências acadêmicas, os intercambistas puderam mergulhar na cultura brasileira e compartilhar experiências com a comunidade local, fortalecendo vínculos e promovendo trocas que ultrapassam fronteiras.

A edição 2025 contou com a orientação dos professores Shirlene Bemfica de Oliveira, Régis Martins, Diego Alves de Oliveira e André Klein. As atividades combinaram investigação científica, imersão cultural e vivências que fortalecem laços entre Brasil, México e Colômbia.

A experiência dos orientadores

A professora Shirlene Bemfica de Oliveira orientou Aolani Julieta Dávila no projeto Narrativas dos mundos do trabalho: da invisibilidade ao destaque, voltado à coleta de histórias de vida de técnicos administrativos do campus: “Esta experiência foi muito importante, pois mostramos que o campus não é feito só de pesquisa e ensino, mas também de gestão, cuidado, suporte e dedicação. Como Aolani é da área de Administração de Negócios Internacionais, ela pode entender melhor as diversas formas de trabalho, saberes e trajetórias que se cruzam com a missão acadêmica”. 

Além disso, a estudante participou de atividades interdisciplinares com outros intercambistas e de aulas de língua portuguesa ministradas pelo professor Paulo Moura. “Esse intercâmbio cultural foi uma experiência transformadora sobre nossas formas de viver, pensar e se relacionar com o mundo”, afirma a professora.

O professor Régis Martins recebeu o estudante Carlos Adrián Cervantes, que contribuiu para o projeto Análise Tipológica da Casa Corrente Luso-Brasileira em Ouro Preto. Ele conta que Carlos participou de encontros e preparou mapas relacionados ao projeto de pesquisa, fez visitas de estudo em Ouro Preto e Mariana e ainda ministrou duas palestras sobre a arquitetura mexicana.

“A experiência foi muito proveitosa para todos nós, principalmente, por termos a oportunidade de uma troca cultural muito gratificante. A presença dele junto ao projeto de pesquisa nos trouxe a oportunidade de discutir os aspectos da casa urbana junto aos processos de colonização espanhola e portuguesa”, ressalta.

Já o professor Diego Alves de Oliveira orientou Erick Yahir Cruz, que participou de atividades no Grupo de Pesquisas Interdisciplinares em Áreas Úmidas (PIAU). A proposta foi levar ao estudante informações sobre uso de geotecnologias e técnicas de trabalho de campo para pesquisa e ensino. O docente destaca a capacitação para mapeamento de pequenas áreas úmidas e a realização de dois trabalhos de campo, um no Parque Natural Municipal da Cachoeira das Andorinhas e outro nas áreas úmidas do Alto curso da bacia do rio São Francisco.

“Esta experiência representa uma forma de capacitação de recursos humanos na qual foram compartilhadas ferramentas desenvolvidas no Brasil, mas que ainda não eram aplicadas no México. Também foi possível contribuir com conhecimentos da dinâmica que ocorre no México, mas não ocorre no Brasil, como as forças endógenas sendo responsáveis por transformar as paisagens”, avalia o docente. 

A vivência dos intercambistas

Após vivenciar a experiência do intercâmbio e participar do projeto orientado pela professora Shirlene Bemfica, a recém-formada em Administração de Negócios Internacionais, Aolani Julieta Dávila conta que deseja permanecer no Brasil. “Após entrevistar servidores do campus, fiquei muito surpresa com o sistema dos institutos federais e com certeza adoraria fazer meu mestrado ou trabalhar em um deles. A experiência me deixou com muita vontade de dar continuidade à minha educação e me tornar pesquisadora”, afirma. Aolani também participou de atividades de outros professores, conheceu a história da arquitetura em Ouro Preto e se envolveu com a vida cultural e social da cidade.

Aolani diz também que se surpreendeu com a estrutura e o funcionamento do campus. “É um lugar muito completo, porque além da qualidade do ensino, também tem um bom sistema de alimentação e esporte. Mesmo como intercambista, pude aproveitar tudo isso. A minha experiência foi incrível desde o primeiro momento. O pessoal do campus me acolheu muito bem”, salienta.   

Carlos Adrián Cervantes descreve a experiência no campus como uma vivência acadêmica e pessoal marcante. Dentre as atividades das quais participou, sob orientação do professor Régis Martins, ele destaca a oportunidade de realizar visitas técnicas a ruas emblemáticas, onde realizou levantamentos e análises arquitetônicas utilizando ferramentas digitais, bem como a promoção de palestras. 

Para ele, a vivência extrapolou o aprendizado técnico: “Morar em Ouro Preto me permitiu conectar-me com uma cultura rica, acolhedora e profundamente humana. Aprendi que a arquitetura não apenas constrói cidades, mas também conecta pessoas e tempos. O Brasil e Ouro Preto sempre ocuparão um lugar especial em minha história pessoal. Agradeço ao IFMG e a todos que tornaram essa experiência possível, que sem dúvida marca um divisor de águas na minha trajetória profissional e pessoal”.

Esteban Vélez Colorado, estudante de Engenharia Ambiental, trabalhou com  inteligência artificial, programação, análises físico-químicas de água ou tratamento de imagens com o software SNAP, sob orientação do professor André Klein: “Minha experiência no Campus Ouro Preto foi incrível, cheia de aprendizados profissionais e para a vida, que te fazem refletir e ter uma perspectiva diferente de viver”.

Segundo Esteban, viver em uma república estudantil em Ouro Preto foi, também, muito significativo, o que o permitiu vivenciar a cultura brasileira. “Ali aprendi realmente o verdadeiro valor de compartilhar, da amizade e de abrir-se a novas experiências. Acho que algo que nunca vou esquecer é o carinho dessas pessoas. Levo mais do que uma bonita amizade, uma segunda família”, afirma. Entre os momentos inesquecíveis durante sua passagem pelo Brasil, ele cita a primeira viagem de avião, a visita ao Maracanã e outros pontos do Rio de Janeiro, como o Cristo Redentor, o AquaRio e o Museu do Amanhã: “Só me resta agradecer a todas as instituições que tornaram isso possível”.

Sobre o Programa Delfín

Criado no México, o Programa Interinstitucional para o Fortalecimento da Pesquisa e Pós-graduação do Pacífico, conhecido como Programa Delfín, reúne instituições de ensino superior de diversos países, promovendo a mobilidade acadêmica e incentivando a formação de redes de pesquisa e cooperação internacional.