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Projeto Paisagens Pitorescas faz reviver a Belo Horizonte do século XIX em simulação 3D

Docentes e estudantes do Campus Ouro Preto estiveram envolvidos na produção do vídeo, que levou um ano até ser concluído, exigindo um intenso trabalho de pesquisa, criação de maquetes e edição.
publicado: 01/12/2021 14h15, última modificação: 13/03/2024 09h16

Imagine poder passear pelas ruas de Curral del Rey, um antigo arraial do século XIX que, tempos mais tarde, viria a se consolidar como a capital do Estado de Minas Gerais, carregando consigo a singela alcunha de Belo Horizonte? Enquanto não se tem notícias de uma máquina que permita realizar viagens presenciais no tempo, pesquisadores do projeto Paisagens Pitorescas, do IFMG - Campus Ouro Preto, se encarregaram de produzir uma incursão visual pelo povoado através de uma experiência tridimensional.

"Não é possível traçar um caminho futuro sem o entendimento do passado."

Lançado no último dia 20, o vídeo “Uma incrível viagem 3D pela Belo Horizonte do século 19” passou a integrar a coletânea de simulações gráficas realizadas pelo projeto capitaneado pelo professor Alex Fernandes Bohrer e co-coordenado por Tiago da Cunha Rosa, egresso da pós-graduação em Gestão do Patrimônio Cultural. No catálogo de produções, estão as reconstituições paisagísticas e urbanísticas de Ouro Preto e Cachoeira do Campo. Com mais de 31 mil visualizações, a visita por Curral del Rey levou um ano até ser concluída, exigindo um intenso trabalho de pesquisa, criação de maquetes e edição, desenvolvidas pelos alunos Alan Rodrigues, Jéssica Amábilis e Lara Freitas, todos graduandos em Conservação e Restauro.

Bohrer detalha que a pesquisa, que contou com importantes colaborações, se baseou em acervos documentais, fotografias da época e pinturas, que propiciaram um retrato fiel do vilarejo pouco antes de sua destruição. “Tivemos a ajuda do Padre Mauro Luiz da Silva, do Museu Muquifu, um importante defensor da cultura afro belo-horizontina, e de outros pesquisadores, como o senhor Alessandro Borsagli. Também lançamos mão do antigo levantamento topográfico feito pela Comissão Construtora da Capital, que nos auxiliou na recriação do relevo”, comenta.

Segundo o professor, a reconstrução é relevante para o entendimento das mudanças efetivadas com o tempo. “Ao ver essas maquetes, as pessoas, especialmente alunos e crianças, podem perceber como as paisagens se alteram com o tempo e, lógico, podem entender a importância de se preservar o patrimônio histórico de um povo.” Para ele, a História tem papel preponderante na definição do amanhã. “Não é possível traçar um caminho futuro sem o entendimento do passado. Um povo sem memória é como uma casa sem alicerce”, defende.

Metaverso

Em sintonia à recente onda de tecnologias de realidade virtual, que possibilitam a imersão do usuário em cenários e contextos 3D, o projeto já está trabalhando no desenvolvimento de recursos para que os espectadores possam participar das maquetes. Dentre os próximos lançamentos, estão a reconstrução de Ouro Preto, em 1789, à altura da Inconfidência Mineira; e de Cachoeira do Campo, durante a Sedição de Filipe dos Santos, em 1720. O professor anuncia, ainda, que cidades como Serro, Catas Altas e distritos de Mariana estão no radar dos pesquisadores.

Fonte: Campus Ouro Preto