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Risco de Incêndio - INMET

por comunicacao.gv publicado 23/02/2023 13h13, última modificação 23/02/2023 13h34

Risco de Incêndio - INMET

por Setor de Comunicação publicado 23/02/2023 13h13, última modificação 24/02/2023 15h17

O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) disponibiliza em seu portal o mapa diário do Risco de Incêndio para todo o Brasil. Acesse em: https://portal.inmet.gov.br/paginas/incendio.


Índice de Inflamabilidade de Nesterov (grau de perigo)


O índice de perigo fornece informação sobre a possibilidade de ocorrência de incêndios. Permite a análise das condições de risco possibilitando a adoção de medidas preventivas mais eficazes e econômicas.

De acordo com CARAPIÁ (2006), a adoção dos índices de risco de incêndios no Brasil iniciou-se em 1963, motivado pela ocorrência do trágico incêndio, que atingiu uma área entorno de dois milhões de hectares no estado do Paraná. Devido à dificuldade de obtenção de informações básicas, inclusive variáveis meteorológicas, os índices sugeridos naquela oportunidade foram os de Angstron e Nesterov (SOARES, 1998).

O índice de risco de incêndios de Nesterov, desenvolvido na Rússia e aperfeiçoado na Polônia, calcula a possibilidade de um incêndio a partir das condições de umidade, temperatura, ponto de condensação e vento. Além disso, esse índice é um modelo acumulativo. O somatório é modificado de acordo com a quantidade de chuva incidente (CIANCIULLI, 1981).

Os elementos observados (registrados) para obtenção do Índice de Inflamabilidade de Nesterov são:

a) Temperatura do ar (T °C) às 13:00h local, (16:00 UTC) em inteiros e décimos de graus Celsius (°C);

b) Temperatura do Ponto de Orvalho (Td°C) às 13:00h local, (16:00 UTC) em inteiros e décimos de graus Celsius (°C);

c) Precipitação total (mm) da observação de 12:00 UTC, em inteiros e décimos de milímetros;

d) Umidade Relativa do ar às 13:00h local (16 UTC) (%).

Complementando os dados para os cálculos:

a) Tensão máxima de vapor (Es em hPa), obtida com a temperatura do ar às 13:00h local (16 UTC);

b) Tensão real de vapor (E em hPa), obtida com a temperatura do “Ponto de Orvalho” às 13:00h local (16:00 UTC);

c) Déficit de saturação (d), que é a diferença entre a tensão máxima de vapor e a tensão real de vapor, d = Es-E;

d) Índice de Inflamabilidade (G), obtido multiplicando-se o déficit de saturação pela temperatura do ar às 13:00 h local (16:00 UTC); (G=d.T)

e) ΣG, representa o somatório de G que vai indicar um balanço contínuo que precisa ser mantido diariamente, obedecendo as regras em função das chuvas (RR) ocorridas.

O GRAU DE PERIGO será indicado pela tabela abaixo:

Somatório De G

Índice Y

Grau De Risco

300

01

Nenhum

301 A 500

02

Fraco

501 A 1000

03

Médio

1001 A 4000

04

Grande

4000

05

Perigosíssimo

As regras com respeito às chuvas ocorridas:

- Inferior ou igual a 2,0 mm, considerar como sem chuva e somar d.t de hoje ao valor já calculado de G.

- De 2,1 mm a 5,0 mm, abater 25% no índice G calculado e somar d.t de hoje, ou G=0,75.G de ontem + d.t de hoje.

- De 5,1 mm a 8,0 mm, abater 50% no cálculo anterior de G e somar d.t de hoje, ou G=0,50 .G de ontem + d.t de hoje.

- De 8,1 mm a 10,0 mm, abandonar a soma anterior de G e recomeçar novo cálculo com d.t de hoje, ou G=0 + d.t de hoje.

- Maior que 10,0 mm, interromper o cálculo e recomeçar amanhã segundo as regras acima, partindo de G = 0.

Exemplo de preenchimento e de cálculo:

Cálculo do índice de Inflamabilidade de Nesterov

Local: Brasília     Mês: Maio/2010

T (ºc)

UR (%)

Es (Mb)

E (Mb)

D=Es-E

27,1

49

35,9

17,6

18,2

26,4

43

34,4

14,8

19,6

 

G=D.T

Td(ºc)

RR

ΣG

Y

494,8

15,5

1,7

494,8

Peq.

518,5

12,8

0,0

1036,9

Grande

Referências Bibliográficas:

CARAPIÁ, V.R., 2006, “Predição do Índice de Risco de Incêndio e Modelagem Computacional do Comportamento do Avanço da Frente do Fogo no Parque Nacional da Floresta da Tijuca”. Tese de D.Sc, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro,RJ, Brasil.

CIANCIULLI, P.L., 1981. Incêndios Florestais: prevenção e combate, 1 ed. São Paulo, Nobel.

SOARES, R.V., 1998, “Desempenho da “Fórmula de Monte Alegre” Índice Brasileiro de Perigo de Incêndios Florestais”, Cerne 3, pp. 19-40.