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Um planeta para se encontrar

Com quase 300 atividades e mais de 1.500 inscritos, 5ª edição do Planeta IFMG se despede do Campus Ribeirão das Neves.
publicado: 07/11/2025 10h03, última modificação: 07/11/2025 14h58
Exibir carrossel de imagens Escritora e professora mineira Conceição Evaristo, durante aula magna na abertura do Planeta IFMG

Escritora e professora mineira Conceição Evaristo, durante aula magna na abertura do Planeta IFMG

Em sua órbita de três dias pelo Campus Ribeirão das Neves, o  Planeta IFMG atraiu toda a comunidade acadêmica para sua atmosfera.  Foram mais de 1.500 pessoas inscritas, além de  839 autores, 45 avaliadores e 28 palestrantes convidados. Mas foi ainda maior do que isso. Com o tema “Conectando pessoas, ideias e territórios”  o Planeta promoveu encontros e, nesta edição,  ganhou a companhia de uma estrela, de brilho irresistível, que tornou essa trajetória ainda mais fascinante. A escritora mineira Conceição Evaristo ministrou uma aula magna no primeiro dia do evento e a todos iluminou com sua sabedoria e esperança “ Temos direito de nos apropriar da ciência, da língua portuguesa, da cultura, porque essa apropriação é que vai nos dar competência para nos aprumar num mundo que o tempo todo tenta nos derrubar. Vocês jovens oriundos de classes populares têm que se apropriar daquilo que a escola fornece e daquilo que a escola não fornece também”, ensinou”.

"A maior sabedoria não é dominar, mas acolher o outro. Encontrar com o outro” 

Essa apropriação do conhecimento é, segundo a  professora, o caminho para se chegar  aos espaços de poder e construir um mundo justo, mas ela faz um alerta: “Chegar a um espaço de  poder, seja político ou cultural, só tem significado se tivermos compromisso com as nossas origens. Hoje tem um discurso muito sério, no sentido de falar:  se a pessoa estudar, se fizer isso ou aquilo… ela vai chegar lá. E eu sempre pergunto: chegar aonde? Em algum lugar para dominar o outro?
A maior sabedoria não é dominar, mas acolher o outro. Encontrar com o outro”.

 Assista à cerimônia de abertura do V Planeta IFMG

Oficina Troco na TrocaQuando  disse que a literatura tem um poder de convocação e de nos humanizar, as palavras da escritora ecoaram alguns metros adiante, nas paredes da biblioteca do Campus. Lá  encontraram o projeto Troco na Troca, iniciativa do Campus Itabirito, que promove a troca de livros entre os participantes, enriquecendo o próprio acervo enquanto espalha a literatura e o saber. “Eu acho muito importante que a juventude possa estar aqui e se interessando por tecnologia  e pelo conhecimento, que é algo que a gente não perde. Cada projeto e cada pesquisa apresentados aqui serão guardados na mente de alguém  e vai semear em outros lugares. Então eu acredito que a importância é essa: levar o conhecimento a outros lugares.”, destacou a bolsista do projeto, Vitória Lage, que cursa Automação Industrial.

 Iniciado em  2018, o Troco na Troca visa atender pessoas que não conseguem comprar  ou ter acesso a livros, por meio da doação e troca de obras literárias. O projeto promove leituras coletivas, oficinas de literatura e exposição das obras do acervo. A iniciativa também foi adotada no Campus Ibirité.

 Ana Luiza Andrade e Kailani Narciso, alunas de Medicina Veterinária do Campus BambuíProjetos

Durante esta quinta edição do Planeta IFMG, foram apresentados  282 trabalhos, submetidos em quatro grandes subeventos: os seminários de Iniciação Científica, Saberes da Extensão e dos Estudantes de Pós-Graduação, além da Mostra dos Projetos de Ensino. Foi a essa última que Ana Luiza Andrade e Kailani Narciso, alunas de Medicina Veterinária do Campus Bambuí, levaram seu projeto sobre saúde integral e de onde saíram ainda mais inspiradas: “O Planeta é muito interessante e tivemos oportunidade de ver trabalhos incríveis. Uma experiência muito boa. Participamos de uma mostra de  projetos de ensino e saímos com muitas ideias diferentes para aplicar lá no Campus. Tem sido muito bacana abrir nosso leque de conhecimentos”, afirmaram.

As estudantes integram o Núcleo de Estudos em Saúde Única, que promove encontros quinzenais sobre o tema com estudantes recém-formados. Elas explicam que o assunto ainda é pouco abordado nas graduações, porém, muito cobrado em concursos públicos, por exemplo. Impossível, portanto,  não recordar a professora Conceição Evaristo quando fala do conhecimento como “o caminho para se chegar  aos espaços de poder e construir um mundo justo”. E que atmosfera desse Planeta inspire a todos que nele se encontraram, como lembrou o reitor Rafael Bastos, durante a cerimônia de abertura: “Um momento com este é importante demais. Eu sempre digo que o que temos de mais valioso no Instituto  é proporcionar o encontro de pessoas, de ideias e tenho muito orgulho em dizer que o IFMG e todos os institutos federais têm um projeto de comunidade e de sociedade”.

 

Apresentação de dança no dia 6/11Muitas  atividades

Essa foi a segunda passagem do Planeta pelo Campus Ribeirão das Neves e, a cada edição, é possível observar como o evento se aprimora, em todos os sentidos. “Foi um trabalho árduo da comissão organizadora, mas que resultou em um excelente evento. Receber o Planeta IFMG pela segunda vez é motivo de muita alegria e reafirma a importância do Campus Ribeirão das Neves no fortalecimento da pesquisa, da extensão e da inovação no Instituto”, afirmou a diretora-geral da unidade, Maria das Graças de Oliveira.

Um trabalho árduo, de fato, pois muitas outras atividades ocorreram simultaneamente, além dos seminários e da mostra dos trabalhos de Ensino citados anteriormente. Houve apresentações musicais ao final de cada dia e nos  intervalos para o lanche da tarde e almoço, horário em que também ocorriam apresentações de teatro no auditório. O Planeta ainda guardou espaço para oficinas de Slackline, Reki e Capoeira, para sessões de visitação ao planetário móvel, no ginásio do Campus e para recordar uma luta, que deve ser de todos.

 

IFNEGRO

Camisa comemorativa - 5 anos do Coletivo IFNEGROPara lembrar o Mês da Consciência Negra, cada um dos inscritos nas atividades recebeu, na chegada ao Campus, a camisa em comemoração aos cinco anos Coletivo IFNEGRO. Criado em 2020, o Coletivo promove a Semana Intergrada da Consciência Negra, além de ter sido  responsável pelas primeiras formações sobre educação para as relações étnico-raciais e pelo primeiro curso de capacitação para atuar nas comissões de heteroidentificação do IFMG.  O grupo também atuou para  a regulamentação do  Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Indígena (Neabi) e para cobrar o cumprimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no Instituto, que obriga o ensino sobre cultura e
história dos povos africanos, afro-brasileiros e indígenas.

 

Fotos

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