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Agosto Dourado - Aleitamento Materno

publicado 12/08/2021 17h05, última modificação 12/08/2021 17h05

Neste mês, celebramos o Agosto Dourado em alusão ao incentivo à prática do aleitamento materno. Foi criado com o intuito de realizar ações para a conscientização e o esclarecimento da importância do aleitamento materno, considerada uma prática saudável e essencial para o desenvolvimento infantil, além de trazer muitos benefícios para as mães. A cor dourada, escolhida para estampar a campanha, representa o leite da mãe que é conhecido como “alimento padrão ouro de qualidade”.

O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), do Ministério da Saúde, avaliou 14.505 crianças menores de 5 anos, entre fevereiro de 2019 e março de 2020, e mostrou que os índices de aleitamento materno estão aumentando no Brasil. De acordo com a pesquisa, mais da metade das crianças brasileiras continua sendo amamentada no primeiro ano de vida e mais de 45% das menores de 6 meses recebem leite materno como alimento exclusivo.

Benefícios da amamentação para o bebê e a mãe

O leite materno é o alimento mais completo para o bebê, conforme o Ministério da Saúde, pois apresenta os nutrientes que ele precisa para se desenvolver de forma saudável até os 6 meses. Depois disso, a orientação é que a criança continue mamando até os 2 anos ou mais, e seja introduzida a alimentação complementar saudável.

A amamentação exclusiva até os seis meses traz muitos benefícios para o bebê e para a mãe. A principal delas, para o bebê, é a proteção contra infecções gastrointestinais. O início precoce do aleitamento materno (dentro de uma hora após o nascimento), protege o recém-nascido de adquirir infecções e reduz a mortalidade neonatal. O risco de mortalidade devido a diarreia e outras infecções pode aumentar em bebês que são parcialmente amamentados ou que não amamentaram. 

O leite materno também é uma fonte importante de energia e nutrientes para crianças de 6 a 23 meses. Pode fornecer metade ou mais das necessidades de energia de uma criança entre as idades de 6 e 12 meses e um terço das necessidades de energia entre 12 e 24 meses. Crianças e adolescentes que foram amamentados têm menos probabilidade de apresentar sobrepeso ou obesidade. Além disso, têm melhor desempenho em testes de inteligência e frequência escolar superior.

O aleitamento ajuda a fortalecer também o vínculo da mãe com o bebê. Se for de longa duração, também contribui para a saúde e o bem-estar das mães: reduz o risco de câncer de ovário e de mama e ajuda a espaçar gestações. A amamentação exclusiva de bebês com menos de seis meses tem um efeito hormonal que geralmente induz à falta de menstruação.

Fazer o bebê pegar a mama logo e com frequência ajuda o útero a se contrair, estimulando a "terceira parte" do parto, que é a expulsão da placenta, o que pode proteger a mãe da perda excessiva de sangue. Além disso, a ocitocina produzida durante a amamentação tem também efeito antidepressivo. Um estudo constatou que as mães com níveis mais elevados do hormônio apresentaram menos sintomas de ansiedade e depressão e enquanto continuar amamentando, a ocitocina vai ajudar a mãe a se acalmar, reduzir o estresse e a pressão arterial, e até aumentar seu limiar da dor.

Ressaltamos que a mãe, durante o período de amamentação, necessita do auxílio de uma rede de apoio para ajudá-la de diversas maneiras: dando atenção e carinho, dividindo as tarefas domésticas, participando do cuidado das outras crianças, cuidando de sua saúde, acompanhando-a nas consultas dela e do bebê, ficando com o bebê para ela poder descansar, orientando-a quanto às boas práticas para o sucesso do aleitamento materno, apoiando-a física e emocionalmente durante as dificuldades; incentivando a amamentação quando da volta ao trabalho após a licença-maternidade, oferecendo um local adequado para ela amamentar e/ou retirar o seu leite no trabalho, dentre outras tantas formas de apoio em situações e necessidades do dia a dia.

Uma boa rede de apoio envolve muitas pessoas: o companheiro/pai da criança, os avós, outros familiares, mulheres mais experientes, amigos, vizinhos, médicos, enfermeiros, psicólogos e outros profissionais que atendem as mães e seus bebês, como creches, colegas de trabalho ou escola/faculdade e a própria instituição/empresa onde a mulher trabalha. O governo, por meio de políticas públicas, também faz parte dessa rede de apoio, assim como os políticos, ao proporem leis de proteção à amamentação. Ninguém pode amamentar pela mulher, mas qualquer um pode participar fazendo parte da rede de apoio e contribuir para uma prática tão benéfica e que pode beneficiar também a sociedade com a diminuição de agravos à saúde.

COVID-19 não deve ser obstáculo para amamentação

Para a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Organização Mundial da Saúde, o aleitamento materno deve ser mantido no atual contexto de pandemia, inclusive, caso haja suspeita ou confirmação de infecção da mãe por Covid-19. Um estudo publicado na revista científica Lancet já mostrou que os benefícios da amamentação e o contato pele a pele após o nascimento superam de 65 a 630 vezes qualquer risco de morte que o Coronavírus possa representar para o bebê. E, para que isso seja feito com maior segurança, é necessário garantir o aleitamento materno com higienização das mãos, etiqueta respiratória e uso de máscaras.

Além disso, é possível adotar/reforçar as medidas que ajudam a proteger o bebê, como lavar as mãos frequentemente, cobrir o espirro e a tosse e limpar as superfícies. Se houver suspeita ou confirmação de que a mãe está com Covid-19, ela deve fazer uso de máscara durante qualquer contato com o bebê, inclusive na hora de amamentar.

Referências Bibliográficas 

Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Aleitamento materno : Disponível em:https://www.paho.org/pt/noticias/29-7-2021-opas-destaca-importancia-participacao-toda-sociedade-na-promocao-do-aleitamento .Acesso em: 10/08/21.

Ministério da Saúde (2021) - TODOS PELA AMAMENTAÇÃO . Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/ministerio-da-saude-lanca-campanha-para-incentivar-o-aleitamento-materno-no-brasil. Acesso em 10/08/21.