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Campus adota práticas sustentáveis para preservação da água e solo

publicado: 23/10/2018 13h10, última modificação: 23/10/2018 13h31

Com o objetivo de conter os processos erosivos na encosta do IFMG - Campus Governador Valadares, área equivalente a cinco hectares e composta por quatro microbacias (Figura 1 na galeria de fotos), está em fase de implementação o projeto de pesquisa aplicada “Produção de água com a aplicação de práticas mecânicas de conservação do solo e da água em área de pastagem degradada dentro do IFMG - Campus Governador Valadares”. 

Pelo histórico de uso e ocupação da área e por atualmente possuir pastagem abandonada - o que a predispõe a queimadas - seu solo fica exposto durante parte do ano ao impacto direto das gotas das chuvas. Por consequência, apresenta pontos com erosão laminar, em sulco, podendo evoluir para voçoroca. O arraste de sedimentos por esses processos erosivos culmina com o acúmulo dos mesmos nos canais de drenagem do campus, o que demanda manutenção periódica. Os sedimentos que não ficam retidos nos canais atingem a Área de Preservação Permanente (APP) localizada em frente ao campus, na Av. Minas Gerais, e consequentemente chegam aos cursos d'água (córregos e rio Doce).

Técnicas utilizadas

02. Projeto Práticas para Preservação do Solo e ÁguaA iniciativa está sob a coordenação dos professores Flávio José de Assis Barony e Luiz Fernando da Rocha Penna, ambos da área ambiental do campus.

De acordo com os pesquisadores, o projeto propõe a adoção de práticas mecânicas consorciadas com práticas vegetativas com vistas à produção de água. Para atingir esse objetivo, foram construídas paliçadas, barraginhas e terraço.

Os pontos de intervenção foram escolhidos de forma estratégica, a fim de promover a interceptação de água, quebra de velocidade, diminuição do escoamento superficial, retenção de sedimentos e produção de água a partir das práticas mencionadas que visam favorecer a infiltração de água.

O recurso para execução do projeto, no valor de R$ 4.884,00, é oriundo do Edital de Pesquisa Aplicada Nº 98/2017, do IFMG. A iniciativa também conta com a participação de dois alunos do curso de Tecnologia de Gestão Ambiental (TGA) que recebem bolsas no valor de R$ 400,00 por um período de 12 meses, totalizando R$ 9.600,00. 

A próxima etapa do projeto, prevista para a primeira quinzena de novembro, contempla o plantio de capim vetiver e braquiária. 

Monitoramento e resultados esperados 

A equipe do projeto registrará medições do acúmulo de sedimento nas paliçadas e barraginhas, bem como o potencial volume de água infiltrado após o período chuvoso, de forma a avaliar os resultados e a efetividade das técnicas utilizadas. A expectativa é que a intervenção proporcione uma melhoria das condições ambientais das microbacias onde estão sendo realizadas as práticas de recuperação. 

“O projeto é o início de uma tentativa de recuperação dessa área que tem um tamanho considerável. Torna-se necessário que outros projetos e ações sejam pensados e desenvolvidos para dar continuidade ao processo de recuperação da área, que poderá servir de modelo para a comunidade estudantil e para a comunidade externa. Agradecemos à Direção de Administração e Planejamento (DAP) do campus e aos funcionários terceirizados pelo apoio”, declara prof. Penna. 

Prof. Barony defende que técnicas como esta “deveriam ser amplamente implementadas na bacia do rio Doce, onde há vários pontos em que o solo não tem mais capacidade produtiva porque toda a camada fértil foi removida ao longo das décadas de exploração sem planejamento e preocupação com a sustentabilidade”.