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Exército da inclusão - Campus realiza formatura de mais 36 estudantes do curso básico de Libras

Familiares, amigos, além de docentes e técnicos-administrativos do Instituto estiveram presentes na solenidade que foi recheada de demonstrações de afeto, além de homenagens e apresentação musical em Libras. A formatura aconteceu no auditório do campus, no dia 12 de dezembro
publicado: 17/12/2018 07h55, última modificação: 21/12/2018 17h05

Você já se deparou com uma pessoa surda, sentiu vontade de interagir, mas teve a língua como barreira? Arriscaria dizer qual é a dimensão dessa comunidade em nosso País? Eles são muitos e estão cada vez mais conquistando espaço em nossa sociedade. Representam cerca de 9,7 milhões de brasileiros, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que equivale a 5,1% da população do País. 

Com o compromisso de contribuir para a inclusão desse grupo na sociedade, o IFMG - Campus Governador Valadares conclui a capacitação de mais 36 alunos no Curso de Formação Inicial Básica em Língua Brasileira de Sinais - Libras. 

A cerimônia aconteceu no dia 12 de dezembro, no auditório da instituição. Compuseram a mesa de honra o diretor Geral Substituto e diretor de Ensino do campus, prof. Tonimar Senra, o coordenador de Extensão, Virgílio Chagas, a professora surda responsável pelas aulas, Heloísa Flausino, a intérprete de Libras do campus, coordenadora do curso e paraninfa da turma, Vanessa Castro, e a presidente da Associação dos Surdos de Gov. Valadares (Asugov) e patrona da turma, Silvânia Coelho Teixeira Barbosa. 

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Familiares, amigos, além de docentes e técnicos-administrativos do Instituto estiveram presentes na solenidade que foi recheada de demonstrações de afeto, além de homenagens e apresentação musical em Libras pelos formandos.

Soldados da inclusão 

A terceira turma do curso de Libras foi composta por uma mescla multiprofissional, entre professores, monitores escolares, servidores públicos, estudantes, donas de casa e empresários.  

EdjaneA professora Edjane  Silva trabalha na área da Educação desde a graduação, em 1998. Apesar de não ter tido nenhum aluno surdo em sala de aula, diz ingressou no curso porque quer estar preparada para quando tiver que lidar com a situação. 

“É fascinante o curso; estou apaixonada pela Libras! Eu não conhecia a história dos surdos, a luta por que passaram, coisas até mesmo cruéis, pois eram tratados como animais nos séculos passados. Por exemplo, eles não tinham direito à herança, a se casar; a família achava que eram totalmente incapazes, quando na verdade, a única diferença deles era a deficiência auditiva, porque a cognição, visão, coordenação motora muitas vezes eram perfeitas. O que os impedia de aprender, na verdade, era a barreira da comunicação. Hoje, graças a Deus, os governos e a sociedade estão despertando para a necessidade da inclusão dos surdos. Torço para que as portas também sejam abertas para os cegos, os cadeirantes... Enfim, para todas as minorias”, aspira Edjane. 

JacksonOutro que se declara entusiasmado com as oportunidades do novo aprendizado é Jackson Junio Ramos da Silva, engenheiro ambiental e sanitário. Ele conta que o seu primeiro contato com o universo dos surdos aconteceu há uns dez anos, quando era catequista numa pequena comunidade da cidade. Uma das participantes apresentava perda auditiva em decorrência de um quadro de meningite contraído na infância. 

“Eu me senti incapaz, com um sentimento que não dei o meu melhor e a prejudiquei de alguma forma. Ninguém na paróquia tinha formação para tal. Desde então, sempre quis fazer um curso de Libras, mas o valor e a incompatibilidade de horário com o trabalho eram impeditivos. Até que soube desse ofertado gratuitamente pelo IFMG-GV e foi uma maravilha, tô muito feliz. A Heloísa e a Vanessa são excelentes! A metodologia utilizada no curso é muito boa, teve bastante prática também; tudo isso facilitou o aprendizado”, opinou. 

Balanço e nova oferta

“Tanto nesta segunda edição do curso quanto na primeira [2018/1], podemos considerar que o balanço é positivo, com poucas desistências e pessoas muito comprometidas. Acredito que nosso objetivo foi alcançado, que era o de trazer a essa pequena parcela da sociedade valadarense, conhecimento sobre a importância de se aprender esta Língua tão rica em seus  aspectos linguísticos, a Língua Brasileira de Sinais – Libras”, declara Vanessa. 

A coordenadora complementa que o Instituto prepara novidades para 2019. “Pretendemos continuar com esse compromisso de alavancar a difusão da língua por meio da oferta do curso intermediário para que as pessoas que têm o curso básico possam aperfeiçoar seus conhecimentos em Libras”, explica.

O curso foi viabilizado graças a uma parceria com a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SMED), e a Universidade Aberta do Brasil (UAB) - Polo Governador Valadares.