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Projeto promove reflexões sobre a juventude negra em escola da cidade

publicado: 27/08/2019 18h29, última modificação: 28/08/2019 09h40

O projeto de extensão “Grupo de Estudos - Juventude Negra de Governador Valadares: da marginalização à emancipação (GEJNGV) do IFMG – Campus Governador Valadares promoveu, no dia 23 de agosto, o I Círculo de Cultura em parceria com a E. E. Dr. Antônio Ferreira Lisboa. A atividade contou com a participação dos coordenadores do projeto, prof. Glauber Fidelis (Filosofia e Sociologia)  e profª Joelma Nascimento (História), e alunos-voluntários. E também do diretor da Escola, Alexssander Gonçalves de Lima, a vice-diretora, Lorena Cardoso Sampaio, os professores colaboradores Adalberto e Geane (Língua Portuguesa), e alunos. 

O evento teve início com a exibição do vídeo “Vida e Obra” sobre o educador Paulo Freire. Também foi trabalhado o texto “Ensinar exige disponibilidade para o diálogo”, do livro “Pedagogia da Autonomia”, de autoria de Freire. A explanação inicial foi feita pela aluna-voluntária Isabela Gomes seguida do debate sobre as reflexões da obra. 

Prof. Glauber ressalta alguns pontos levantados durante a conversa. “Muito se falou da importância do diálogo na produção do conhecimento como forma democrática e emancipatória, valorizando a cultura e a história que cada indivíduo traz, da descentralização do professor como o único detentor do saber, contrapondo à educação “bancária”, afinal, a mera transmissão de informação não é produção de conhecimento. E ainda uma crítica à indústria cultural como veículo que estigmatiza, rotula a juventude negra de forma preconceituosa, negando, assim, o diálogo sobre sua identidade racial. A representação social dos negros nos livros didáticos foi muito bem lembrada pelo prof. Adalberto, e, sobretudo, a ausência de uma história legítima a ser construída sobre os afrodescendentes”, explica. 

O debate fluiu e fez surgir temas como as cotas raciais nas universidades, o negro no mercado de trabalho, a legalização das drogas, entre outros. 

O docente avalia a contribuição de atividades como essa para o público-alvo  do projeto. “Nossa apreciação é de que os alunos estão sedentos para conhecer e para produzir um saber em conjunto. E o Grupo de Estudos tem dado o pontapé inicial para que isso seja possível. Dialogar é preciso, pois liberta as pessoas do silêncio opressor produzido pela violência simbólica de uma sociedade ‘bancária’, cheia de depósitos de informações e determinações acerca de como o sujeito deve pensar e agir, e vazia, de pensar e agir junto com este sujeito”, conclui Glauber.  

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* Texto: Prof. Glauber Fidelis / Edição jornalística: Fernanda Melo